Universidade dos Açores debate papel de turfeiras na salvaguarda da água

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Nos Açores, a disponibilidade da água está ligada à existência de turfeiras Pedro Cunha (arquivo)

A Universidade dos Açores assinala o Dia Mundial das Zonas Húmidas, que se celebra a 2 de Fevereiro, com um debate alargado sobe o restauro e preservação dos ecossistemas das turfeiras, anunciou hoje fonte universitária.

Apoiada pelo Governo Regional, a iniciativa da academia açoriana, que decorre em Angra do Heroísmo a partir de quinta-feira prolongando-se por quatro dias, parte do pressuposto de que as turfeiras (zonas de solos orgânicos com elevada concentração de humidade) desempenham no arquipélago "um papel fulcral na retenção e promoção da qualidade da água".

Segundo Cândida Meneses, uma das oradoras do encontro que vai reunir além de universitários locais especialistas do Canadá e Reino Unido, os ecossistemas das turfeiras "funcionam como 'esponjas' que promovem a limpeza da água, salvaguardando a sua qualidade".

Estudos citados pela organização do fórum, a que se seguirá um curso de quatro dias sobre a temática, indicam que uma "parte relevante das turfeiras existentes nos Açores estão degradadas e que uma parte considerável delas já foi transformada".

Para Eduardo Dias, do Gabinete de Ecologia Aplicada da academia açoriana, a importância das turfeiras determina a necessidade de "explicar em detalhe como funcionam e que serviços prestam". "Como sempre lá estiveram, podemos não dar-lhes o devido valor, até ser tarde demais", afirmou o especialista.

"Nos Açores, a disponibilidade da água e a sua qualidade e os níveis de biodiversidade estão intimamente ligados à existência de turfeiras. Há que preservá-las e o primeiro passo é conhecê-las e entendê-las", sublinhou.

A importância da preservação dos ecossistemas de turfeiras nos Açores só começou a ser abordado publicamente na Região quando, em 2008, a ilha Terceira registou graves problemas de abastecimento de água.

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