Angela Merkel sofre reveses em duas eleições regionais a um mês das legislativas

Foto
O MNE alemão e candidato a chanceler pelo SPD, Frank-Walter Steinmeier, teve razões para sorrir Thomas Peter/Reuters

Tanto em Sarre, na fronteira com França, como na Turíngia, no Leste ex-comunista, os líderes da CDU que ali governam há uma década caíram mais de dez pontos em comparação com 2004 e serão provavelmente destronados por coligações de esquerda.

Nos dois casos antecipa-se uma coligação entre o SPD, A Esquerda (Die Linke) e os Verdes: Sarre poderá assim tornar-se na primeira coligação que o partido A Esquerda integra num estado federado ocidental. O líder do partido (que inclui responsáveis do antigo Partido Comunista da RDA), Oskar Lafontaine, governou Sarre durante 14 anos, enquanto era do SPD.

Já no terceiro voto regional, como antecipavam as projecções, os primeiros resultados indicavam que a CDU manteria o poder, provavelmente mudando de parceiro de coligação: de uma aliança com o SPD, a CDU deverá passar a ter como parceiros os liberais do FDP. Uma mudança bem-vinda, notam os analistas, pois é com este partido que Merkel prefere coligar-se para governar a Alemanha depois das legislativas de 27 de Setembro – em vez da grande coligação actual, da CDU com o SPD.

“A CDU ainda é o partido mais votado nos três estados, mas sofreu grandes perdas. Mostra que a eleição federal não é um negócio fechado”, disse à Reuters Gerd Langguth, analista da Universidade de Bona. “Os sociais-democratas têm agora a aura de vencedores, algo de que vão precisar para as próximas semanas”, comentou à mesma agência Karl-Rudolf Korte, da Universidade Duisburg-Essen.

Os ganhos do SDP também causam problemas ao partido, que insiste que nunca se coligará com A Esquerda a nível nacional – e verá agora reforçada esta aliança em dois estados.

Mas hoje o partido só festejou: “Ouvi muitas vezes nas últimas semanas que a eleição federal estava decidida. Esta noite prova que estavam enganados”, afirmou perante apoiantes em Berlim o actual ministro dos Negócios Estrangeiros, Frank-Walter Steinmeier, líder do SPD.

Sugerir correcção
Comentar