Gripe sazonal matou mais 1916 pessoas do que seria normal neste Inverno

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As mais mulheres foram mais afectadas do que homens Pedro Cunha (arquivo)

Afinal, a epidemia de gripe sazonal que assolou Portugal no último Inverno provocou mais 1961 mortes do que seria normal neste período, indicam as mais recentes estimativas do Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (Insa), divulgadas no último boletim do Eurosurveillance. Os dados foram hoje destacados pelo director do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, Jorge Torgal, durante o 3º Congresso “Pandemias na era da globalização”, em Coimbra.

O especialista aludiu aos números para acentuar o impacto da gripe, mesmo a normal, na mortalidade. No início de Abril, as estimativas preliminares do Insa, então divulgadas pelo PÚBLICO, apontavam para um excesso de mortalidade que oscilava entre os 1200 e 1500 casos neste Inverno. O número já era expectável e até ficava abaixo do que seria de prever, tendo em conta a intensidade da epidemia de gripe sazonal que atingiu Portugal nas quatro últimas semanas de 2008 e primeiras seis deste ano e que provocou uma situação caótica nalguns serviços de urgência.

Este Inverno, como é costume acontecer, os principais afectados foram os mais idosos: 82 por cento dos mortos eram pessoas com 75 ou mais anos, sendo que foram afectadas mais mulheres do que homens, refere o mesmo artigo publicado no Eurosurveillance.

A gripe é sempre uma doença que mata, mas as principais vítimas são os idosos e alguns doentes crónicos (com diabetes graves, insuficiências cardíacas, hepáticas e renais graves, etc.) que descompensam ou não resistem às complicações decorrentes da doença, como as pneumonias.

Um responsáveis da Direcção-Geral da Saúde esclareceu, na altura em que os dados preliminares do Insa foram divulgados, que o excesso de mortalidade não deve apenas ser atribuído à gripe mas também ao frio e a outras doenças infecciosas respiratórias. E recordou que houve Invernos em que morreram muito mais pessoas por este motivo. O Plano de Contingência do Sector da Saúde para a Pandemia de Gripe refere que, em Portugal, as estimativas apontam para um número médio de 1773 óbitos, por época gripal, no período de 1990 a 1998. Mas em 2003 a mortalidade anual por gripe e por causas que podem estar associadas a complicações de gripe atingiu 3822 pessoas.

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