O quartel-general do Africom vai permanecer na Alemanha

Os Estados Unidos não têm qualquer intenção de estabelecer num país africano o quartel-general do seu Comando África (Africom), esclareceu ontem o director de política, recursos e estratégia das forças navais norte-americanas na Europa e na África, contra-almirante William P. Loeffler.

O ênfase da marinha norte-americana é actualmente aumentar a capacidade das suas congéneres africanas, de modo a que melhor defendam as suas costas e os seus interesses, disse aquele oficial, citado por João Santa Rita, do serviço português da Voz da América.

Depois de negar que Washington estivesse a pensar estabelecer uma base em São Tomé e Príncipe, como já chegou a ser noticiado, Loeffler considerou que "o programa de parceria com África tem como objectivo construir capacidades, para que cada país possa levar a cabo as actividades de segurança nas suas próprias águas e territórios".

O Africom tem quartel-general na cidade alemã de Estugarda e "é lá que vai ficar", sublinhou o contra-almirante, numa altura em que este comando está ainda a recuperar de alguns equívocos iniciais na explicação das suas missões e objectivos.

O Departamento de Estado, o Congresso norte-americano e a generalidade do continente africano manifestaram o receio de que o Departamento da Defesa estivesse a militarizar a política externa dos Estados Unidos quanto a África, recordou esta semana o jornal "The New York Times".

O Pentágono pensava colocar 125 elementos do Tesouro, do Comércio e de outros departamentos federais nos quatros do novo comando, mas ainda só conseguiu mobilizar 52 para esta nova entidade, operacional desde Outubro de 2008.

A 31 de Março começa na base aérea Maxwell-Gunter, no Alabama, uma conferência de três dias em que o Africom e a Universidade da Força Aérea vão procurar estabelecer as prioridades do mais recente comando das Forças Armadas norte-americanas.

Sugerir correcção
Comentar