Presidente da Qimonda diz que processo de insolvência visa reestruturar grupo tecnológico

Kin Wah Loh promete a reestruturação do grupo Qimonda, medida que implicará a redução dos actuais 12 mil trabalhadores do grupo
Fotogaleria
Kin Wah Loh promete a reestruturação do grupo Qimonda, medida que implicará a redução dos actuais 12 mil trabalhadores do grupo DR
Fotogaleria

O presidente executivo da Qimonda, Kin Wah Loh, afirmou hoje que o pedido de insolvência da empresa visa fazer regressar a produtora de "chips" de memória para computador a uma situação sólida, acelerando o processo de reestruturação.

"Esperamos continuar os nossos negócios com o apoio de um administrador provisório de insolvências", disse Kin Wah Loh à imprensa internacional, defendendo a reestruturação para "fazer regressar a empresa a alicerces sólidos".

O tribunal anunciou já o nome de Michael Faffe como administrador insolvências, segundo a imprensa alemâ.

A Qimonda, o maior exportador português com uma unidade em Vila do Conde, entrou hoje em processo de falência, não tendo conseguido completar a tempo o processo de angariação dos 325 milhões de euros necessário para a sua viabilidade imediata.

Neste processo de financiamento iriam participar bancos portugueses, para além de um empréstimo de 150 milhões de euros por parte do Estado alemão da Saxónia e um empréstimo de 75 milhões de euros da Infineon, maior accionista da Qimonda.

A Infineon admitiu recentemente que a entrada em falência da Qimonda obrigaria a devolver subsídios estatais no valor de 280 milhões de euros.

Um porta-voz do Tribunal Administrativo de Munique tribunal confirmou hoje à agência Lusa que "o requerimento deu entrada, e a cabe agora ao juiz competente", decidir.

A Qimonda emprega cerca de 12 mil trabalhadores em todo o mundo, dos quais 1200 na fábrica de semi-condutores de Vila do Conde, 3200 na fábrica principal, em Dresden (Saxónia), e 1400 na sede em Munique.

Ontem, surgiram notícias de que a Qimonda tinha comunicado às entidades oficiais com quem estava a negociar que necessitava de um financiamento de mais 300 milhões de euros para sobreviver.

Na edição de hoje, o jornal alemão "Frankfurter Allgemeine" ainda colocava a hipótese de o Estado alemão ou o governo regional da Saxónia e Portugal ainda salvarem a Qimonda no último minuto.

O matutino referia também que a União Europeia estaria disposta a aceitar um maior financiamento do Estado à Qimonda, porque o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, tinha "grande interesse" em salvar a Qimonda, por esta ser o maior exportador do seu país.

No entanto, um porta-voz da Qimonda confirmou hoje, em Munique, a entrega do requerimento de falência em tribunal, adiantando que a empresa está a tentar sanear "partes essenciais da sua estrutura", no quadro da insolvência.

Segundo os responsáveis da Qimonda, a falência deve-se à enorme queda de preços na indústria de DRAM, e ainda ao agravamento das condições para obter empréstimos no mercado de capitais, devido à crise financeira internacional.

O plano de salvação concebido pela saxónia, por Portugal e pela Infineon "não foi concluído a tempo, apesar das intensas, mas complexas negociações, bem como aos apoios financeiros garantidos por clientes nos últimos dias e semanas", afirma-se em comunicado da Qimonda.

Além disso, constatou-se que havia uma maior necessidade de financiamentos, causada pelo adiamento das negociações, os consequente atraso nos investimentos e na melhoria da produção e a queda de preços no último trimestre de 2008", refere ainda o comunicado.

Sugerir correcção
Comentar