Comissão Europeia quer desenvolver biocombustíveis sem prejudicar o ambiente

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A Comissão Europeia apelou hoje ao desenvolvimento internacional dos biocombustíveis, na abertura de uma conferência em Bruxelas. No entanto, salientou, a produção desta energia alternativa não deve prejudicar o ambiente.

“Esta fonte de energia limpa e renovável tem o potencial de nos ajudar a responder ao duplo desafio que enfrentamos do sobre-aquecimento global e da segurança energética”, declarou a comissária para as Relações Exteriores, Benita Ferrero-Waldner.

Em Março, a União Europeia comprometeu-se a que as renováveis sejam responsáveis por 20 por cento do consumo global energético e os biocombustíveis por dez por cento dos combustíveis consumidos até 2020.

Nos próximos anos estima-se que a produção mundial de biocombustíveis quadruplique. Mas “não podemos fechar os olhos aos inconvenientes”, insistiu a comissária.

“Uma produção mal gerida pode aumentar as emissões de gases com efeito de estufa em vez de as reduzir. Sabemos quais os efeitos negativos na protecção dos solos, da biodiversidade, da protecção do ar e das florestas do mundo”.

Outros intervenientes nesta conferência insistiram na necessidade de aliar o desenvolvimento dos biocombustíveis à protecção do ambiente.

A Indonésia, que lançou um plano de produção de biocombustíveis para chegar aos cinco por cento do consumo em 2025, garantiu que o ambiente não será perturbado porque vai “utilizar as terras inutilizadas” ou de fraco rendimento, explicou o ministro da Energia, Purnomo Yusgiantora.

O seu homólogo moçambicano lembrou que este sector “poderá criar empregos e receitas” nos países pobres.

Os participantes na conferência têm os biocombustíveis como alternativas às energias fósseis. Mas estão conscientes de que esta não é a panaceia para todos os males. “Todos reconhecem que, apesar dos projectos desenvolvidos em vários países, o resultado será cinco, sete ou dez por cento do consumo mundial num futuro previsível”, resumiu o director da Agência Internacional de Energia Claude Mandil. “Esta é uma ferramenta importante mas não vai ser ela que vai substituir o petróleo”, acrescentou.

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