Manifestação em Lisboa assinala quatro anos de guerra no Iraque

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A presença das tropas norte-americanas no Iraque continua a ser alvo de críticas Fabrizio Bensch/Reuters

Perto de 200 pessoas protestaram hoje no Rossio, em Lisboa, contra os quatro anos de ocupação norte-americana no Iraque. Durante o protesto, as críticas contra o Governo português fizeram-se também ouvir, sendo acusado de "cumplicidade num crime".

"Fim à ocupação! EUA tirem as patas do Iraque e do Irão!" foram algumas das palavras de ordem dos manifestantes.

Vítor Silva, do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), organização que promoveu a iniciativa, explicou que o protesto teve por objectivo "chamar a atenção para a barbaridade praticada no Iraque, que se traduz num ataque ao direito internacional e à soberania de um povo".

Defendendo que não se trata apenas de uma questão iraquiana, Vítor Silva não poupou críticas ao Governo português que acusou de "cumplicidade num crime".

A Juventude Comunista Portuguesa (JCP), também presente, lembrou que desde o início esteve contra esta "guerra da ocupação, uma guerra do petróleo e do domínio geo-estratégico do mundo por parte do imperialismo norte-americano". "O que está em causa é a paz, a democracia e o desejo de um povo ter a liberdade de escolher o seu caminho", afirmou Paulo Marques.

Igualmente crítico, Carlos Carvalho, representante da CGTP, considerou que a intervenção norte-americana no Iraque só foi possível pelo apoio "dos lacaios dos Estados Unidos", todos os países aliados nesta guerra.

Além dos gritos de protesto, a concentração ficou marcada pelo som dos tambores dos "Toca a Rufar" e pela dissertação de poemas feita pelo actor Fernando Tavares Marques. "E a paz, meus senhores? Em nome de que Deus se matam homens, mulheres e crianças, e se crê que o nosso gesto destrutivo irá ficar impune?", questionou o actor.

Uma coligação multinacional liderada pelos Estados Unidos atacou o Iraque a 20 de Março de 2003 para derrubar o regime de Saddam Hussein, acusado de possuir armas de destruição maciça. As armas nunca foram encontradas, mas o Presidente iraquiano, então deposto, acabou por ser condenado à morte por enforcamento.

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