Empresa de manutenção da CP vai instalar-se na antiga Bombardier

Os governantes defendem que a transferência da EMEF para a Amadora é viável, mas os trabalhadores duvidam
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Os governantes defendem que a transferência da EMEF para a Amadora é viável, mas os trabalhadores duvidam Pedro Cunha/PÚBLICO
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Os serviços da sociedade da CP Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF) vão ser transferidos para as instalações da antiga Bombardier, na Amadora, com o objectivo de criar um pólo tecnológico.

Numa apresentação realizada hoje no Entroncamento com a presença do ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, o administrador da EMEF, Tomás Leiria Pinto, revelou que a empresa irá desactivar numa primeira fase os grupos oficinais de Campolide e de Santa Apolónia, seguindo-se Oeiras numa estratégia de concentrar na Amadora a manutenção electrónica e das linhas suburbanas de Lisboa.

"Este centro é muito importante para que a EMEF se torne numa empresa moderna e eficiente na manutenção de material circulante", afirmou Mário Lino, considerando que esta solução visa também responder "aos desafios do futuro", entre os quais se inclui a alta velocidade.

O projecto contempla ainda a requalificação dos grupos oficinais do Entroncamento, Barreiro e Guifões, gerando competências tecnológicas nas áreas de metros ligeiros, alta velocidade e projectos internacionais da EMEF, indicou Tomás Leiria Pinto.

A aposta é retirar a empresa dos resultados operacionais negativos, alargando a carteira de clientes e apostar na internacionalização através da rede de alta velocidade.

"Chegou, novamente, a era do caminho-de-ferro", afirmou Ana Paula Vitorino, secretária de Estado dos Transportes, destacando alguns dos projectos em que o Executivo se empenhou, como a alta velocidade, o metro do Mondego, as ligações ferroviárias aos portos ou a rede de plataformas intermodais.

Menos satisfeita com estes projectos ficou a comissão de trabalhadores da EMEF, que acusou a administração de não a ter convidado, como denunciou Armando Batista.

Trata-se de "mais um plano de reestruturação" e "era obrigatório" que a comissão tivesse conhecimento atempado do projecto, explicou o representante dos trabalhadores, que manifestou "sérias dúvidas" quanto à viabilidade da requalificação.

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