Grupo Espírito Santo corta relações com Impresa por alegadas notícias falsas

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A Impresa lembra que o GES cortou a publicidade nos seus meios de comunicação há mais de um ano DR

O Grupo Espírito Santo (GES) acusou hoje a "holding" de media Impresa de tentar forçar um aumento dos investimentos publicitários através de artigos publicados nos seus títulos, anunciando que irá cortar relações comerciais enquanto a situação se mantiver.

O GES refere, em comunicado divulgado hoje, que a Impresa tem vindo a desenvolver uma campanha contra o GES e os seus dirigentes, acrescentando que esta "segue-se ao insucesso das respectivas investidas, primeiro através de mensageiros, depois através dos seus mais altos dirigentes, de forçar o GES a aumentar os investimentos publicitários nos seus órgãos de comunicação".

Em consequência, o GES afirma que vai "cortar todas as operações e relações comerciais com o grupo editorial à medida que se cumprirem os prazos contratuais acordados para as operações legais".

O GES alega que "os órgãos de comunicação social da Impresa persistem na violação da Lei de Imprensa e dos princípios e valores éticos do jornalismo", nomeadamente em notícias envolvendo o Grupo Espírito Santo, e dá como exemplo as informações que o “Expresso” publicou na última edição (a 9 de Julho) sobre "o pretenso envolvimento do BES no 'mensalão' do Brasil"

De acordo com o grupo financeiro, as informações são "fantasiosas e falsas e já tinham sido formalmente desmentidas ao ‘Expresso’". No entanto, acusa o GES, o semanário decidiu chamar a título o que "sabia ser falso e infundado".

Impresa nega acusação do GES

O grupo de media Impresa já rejeitou a acusação de fazer uma campanha com "notícias falsas" contra o GES. O grupo, que publica o “Expresso”, "reserva-se o direito de noticiar e opinar, através dos seus meios de comunicação social, sobre todos os assuntos que considere de interesse para o seu público", mas "não se envolve em campanhas contra qualquer grupo económico português ou estrangeiro", justificou num comunicado divulgado em reacção às acusações do GES. A Impresa lembra ainda que o grupo financeiro cortou a publicidade nos seus meios de comunicação há mais de um ano. "É impossível aumentar algo [os investimentos em publicidade] que, pura e simplesmente, não existe", uma vez que "há mais de um ano [o GES] decidiu cortar toda a publicidade", refere a empresa presidida por Pinto Balsemão. O mesmo comunicado adianta ainda que "a decisão de corte de publicidade foi baseada, ao que parece, no desagrado causado por quatro ou cinco linhas de um artigo de opinião, devidamente assinado, e publicado no ‘Expresso’, em 24 de Abril de 2004".

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