Sharon: retirada da Faixa de Gaza vai avançar apesar das ameaças de morte

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O primeiro-ministro israelita diz não estar preocupado com a sua segurança pessoal Oded Balilty/AP

O primeiro-ministro israelita, Ariel Sharon, garantiu hoje que o plano de retirada da Faixa de Gaza vai ser posto em prática no início do Verão, apesar das ameaças de morte feitas por elementos da extrema-direita contra membros do Governo.

"Não estou preocupado com a minha segurança pessoal e ela não irá afectar os meus planos", afirmou Sharon durante um encontro com a associação de imprensa estrangeira, em Jerusalém.

"Não me sinto inquieto e estou determinado a pôr em prática a decisão do Governo e do Knesset", afirmou, quando questionado sobre os alertas lançados pelos serviços de segurança em relação às movimentações dos radicais israelitas.

Durante o encontro, o primeiro-ministro revelou que os pormenores da retirada — que incluirá a evacuação de 21 colonatos e o reposicionamento militar — "já começaram a ser coordenados" com as forças de segurança palestinianas.

Sharon está consciente que a retirada não poderá ocorrer sem uma pacificação dos territórios autónomos e, nesse sentido, o tem pressionado as forças palestinianas a assumir o controlo das zonas a serem evacuadas, impedindo que estas venham a ser usadas pelos extremistas para lançar ataques contra Israel.

Sharon enquadra a retirada nos esforços para alcançar a paz e lembrou que "é necessário dar passos difíceis para a alcançar". "Estamos dispostos a fazer compromissos a favor da paz, mas não vamos ceder perante qualquer estratégia de terror", insistiu.

Questionado pelos jornalistas sobre a polémica venda de misséis russos à vizinha Síria — uma operação à qual Israel se opõe —, Sharon revelou ter escrito ao Presidente russo, Vladimir Putin, a pedir o cancelamento do negócio. "Pela resposta que recebemos entendo que eles mantêm a decisão de vender este tipo de armas aos sírios".

O primeiro-ministro israelita admite que o negócio preocupa o seu Governo, que teme em particular que os mísseis "venham a cair nas mãos de terroristas".

Segundo a imprensa israelita, os mísseis de última geração que Moscovo se prepara para vender a Damasco têm alcance suficiente para, se forem disparados junto à fronteira com Israel, atingir o deserto do Negev, onde se situa o ultra-secreto centro de tecnologia nuclear israelita de Dimona.

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