Primeira mostra de música electrónica experimental celebra dez anos da ZDB

A música electrónica tem casa de abrigo na Galeria Zé dos Bois desde 1994, ano em que a pequena sala do Bairro Alto, em Lisboa, abriu as suas portas aos "laptops", sintetizadores, samplers, sequenciadores e outras máquinas características deste género de música, por seu lado, repartido por múltiplas tipologias.

Dez anos de música electrónica merecem uma celebração especial por isso a ZDB decidiu organizar uma Mostra de Música Electrónica, a ter lugar hoje e nas duas sextas-feiras seguintes, no local do costume. Da tecno ao electro, do ambiental à "sound art", da improvisada à electro-acústica, passando pelo rock, a electrónica infiltra-se hoje um pouco por todo o lado na música contemporânea, popular e erudita. Pela ZDB passarão os representantes de algumas destas correntes.

Hoje a montra propõe João Castro Pinto. Adriana Sá com convidados, Rafael Toral, Ana (é mesmo assim, sem nome de família) e Lolly and Brains. Vencedor da bolsa Ernesto de Sousa, Pinto centra o seu trabalho na área da música experimental electrónica/electroacústica e da arte experimental intermédia.

Sá é transdisciplinar, performer, improvisadora, compositora e leitora, e trabalha com sons concretos, voz, sensores de luz e movimentos performativos ligados à arquitectura, tempo, geometria, sistemas de anotação e filosofia. O corpo alinhado num circuito tecnológico.

Músico e engenheiro de som, o lisboeta Rafael Toral foi considerado pela revista americana de artes e espectáculos "Chicago Reader" um dos guitarristas mais talentosos e inovadores da última década. Move-se na música ambiental e usa a guitarra eléctrica como geradora de som. Improvisador nato, consegue criar espaços sonoros de frequências inusitadas. Ana é muitas coisas. Um postal ilustrado com colagem da música dos Akufen e Electronicat, Irmãos Catita, Fernando Pereira e Ministars, o corpo de Avril Lavigne e a cara de Shrek.

Com álbum editado pela Variz, Lolly and Brains é música de base computorizada para permitir a inclusão de instrumentos virtuais, "loops" e "samples", guitarra eléctrica, "drum pads", brinquedos musicais e percussões.

A guitarra e o computador são igualmente os instrumentos de trabalho dos OK Suitcase, projecto de André Gonçalves, com base em programação max/msp. Abrem a noite de sexta, 17, o dia em que actuam Vítor Joaquim, autor do álbum "Tales from Chaos" e considerado um dos mais interessantes criadores da electrónica da nova geração, Outersites, Ulrich Mitzlaff, Danye 77A e Begarly Bannister. Dia 24 é a vez de Rui Costa, Carlos Santos, Plan, Ernesto Rodrigues, TAM, The Producers e Blarmino.

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