Vitaminas B podem reduzir risco de fractura na osteoporose

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Desde 1998, quando o governo dos Estados Unidos requereu que o folato fosse acrescentado ao pão, terão sido evitadas 48 mil mortes anuais DR

O folato e outras vitaminas B, com efeitos já conhecidos na prevenção de ataques cardíacos e defeitos no nascimento, podem também reduzir o risco de fracturas na osteoporose, indicam dois estudos hoje divulgados.

As conclusões dos dois trabalhos - um holandês e outro norte-americano - reforçam as recomendações dos médicos para o consumo de multivitaminas, bem como a decisão do Governo dos Estados Unidos de requerer aos produtores de pão e cereais a fortificação dos seus produtos com folato, também conhecido por ácido fólico.

Os dois estudos surgem hoje publicados no "New England Journal of Medicine".

Já se sabia que as vitaminas B reduzem os níveis de homocistéina, um aminoácido que, em taxas elevadas, está associado a um risco acrescido de ataques cardíacos, tromboses e doença de Alzheimer.

As novas investigações mostram agora que elevados níveis de homocisteína pelo menos duplicam o risco de fracturas relacionadas com a osteoporose.

"A maneira básica de manter baixa a homocisteína em pessoas saudáveis é ter muitas vitaminas B", afirmou Douglas P. Kiel, autor do estudo norte-americano e investigador no Hebrew Rehabilitation Center for Aged Research and Training Institute de Boston, Massachusetts.

Kiel precisou que uma multivitamina genérica, tomada uma vez por dia, faz baixar o nível da homocisteína para um nível abaixo do limiar de perigo.

Os alimentos naturalmente ricos em vitaminas B e cálcio são os lacticínios, os brócolos e outros vegetais verdes. A cenoura, a pêra abacate, a meloa, o alperce, as amêndoas e os amendoins também reduzem o risco de fracturas ósseas.

Desde 1998, quando o Governo dos Estados Unidos requereu que o folato fosse acrescentado ao pão, cereais e outros produtos com farinha, a resultante baixa nos níveis de homocisteína dos norte-americanos terá evitado 48 mil mortes anuais por ataques cardíacos ou tromboses, segundo estimativas oficiais.

Ao mesmo tempo, diminuíram em 27 por cento os defeitos graves cerebrais e espinais no nascimento, que era o objectivo inicial da estratégia.

O estudo holandês, realizado pelo Centro Médico Erasmus, baseou-se em duas investigações - uma feita em Roterdão e outra em Amsterdão - tendo chegado à conclusão de que as pessoas com os mais altos níveis de homocisteína tinham 1,9 mais hipóteses de sofrer fracturas relacionadas com osteoporose.

Desde 1985 que há registo de investigações a relacionar a homocisteína com a osteoporose, afirmou Todd Stitik, professor de Medicina e Reabilitação na Universidade de Medicina e Odontologia de New Jersey-Newark.

Acrescentou que os problemas ligados à osteoporose podem ser evitados mesmo se um estilo de vida mais saudável só for adoptado antes da meia idade.

Além de multivitaminas com folato, vitamina B12 e vitamina B6, este docente recomenda muitas caminhadas e outros exercícios de controlo de peso, bem como a ingestão de alimentos ricos em vitaminas B.

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