Catalina Pestana: é necessário "limpar as manchas" do escândalo de pedofilia

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A provedora é a anfitriã das comemorações Carlos Lopes/PÚBLICO

A provedora da Casa Pia de Lisboa, Catalina Pestana, comparou hoje o escândalo de pedofilia que abala a instituição ao naufrágio do petroleiro "Prestige" e às marés negras que depois assolaram as costas galegas, frisando que é necessário "limpar as manchas".

"A Casa Pia tem uma grande mancha de crude como a do 'Prestige' na Galiza. Temos é que limpar a mancha. Mas também o mar da Galiza não deixou de ser um mar azul e lindo", disse Catalina Pestana aos jornalistas, no dia em que a instituição comemora 223 anos de existência e em explicações aos jornalistas da BBC que se deslocaram à cerimónia.

A provedora considera que, apesar do escândalo de pedofilia, as crianças que vivem na instituição já "readquiriram confiança nos adultos". Já os funcionários da instituição não "aguentam ser chamados de abusadores". "99,9 por cento dos trabalhadores são pessoas dignas e honestas e não podem ter este estigma em cima", denunciou.

Ultrapassados os "tempos difíceis que foram vividos", Catalina Pestana frisou que os alunos e funcionários têm "força suficiente para dizer em cada dia: o futuro começa hoje".

Sobre o futuro, a provedora reiterou a intenção de aumentar o número de educadores, pois admite que "o problema da Casa Pia são os recursos humanos".

Para o próximo ano, Catalina Pestana pretende inserir mais as crianças na comunidade, abrindo as portas da Casa Pia e retirando os educandos dos "intramuros" da instituição.

A comemoração do aniversário arrancou logo de manhã, com actuais e antigos casapianos que se concentraram em frente à provedoria da instituição e depuseram uma coroa de flores junto à estátua de Pina Manique, fundador da Casa Pia.

O dia do 223º aniversário vai ser encerrado com um concerto no Estádio do Restelo, com a participação do músico João Pedro Pais e do grupo GNR.

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