Paquistão anuncia captura de colaborador de Osama bin Laden

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Sheikh Mohammad é suspeito de ser um dos organizadores dos atentados do 11 de Setembro FBI

Khalid Sheikh Mohammad, um colaborador próximo de Osama bin Laden na rede terrorista Al-Qaeda e que os EUA acreditam ser um dos cérebros dos atentados de 11 de Setembro, foi detido no Paquistão.

Fontes dos serviços de segurança paquistaneses, citados pelas agências internacionais, adiantam Sheikh Mohammad foi detido, juntamente com outros dois homens, na localidade de Rawalpindi, nas imediações de Islamabad.

O ministro da Interior paquistanês, Faisal Saleh Hayat, não quis confirmar a identidade dos detidos, limitando-se a confirmar que um dos homens presos figura na lista dos 22 terroristas mais procurados pelo FBI norte-americano — o que é o caso de Sheikh Mohammad.

Segundo um responsável da segurança paquistanesa, que falou à AFP, sob anonimato, trata-se "da maior vitória na caça aos membros da Al-Qaeda que se escondem no Paquistão".

Uma outra fonte adiantou que a detenção foi feita pela polícia paquistanesa, auxiliada por elementos do FBI, acrescentando que não houve qualquer resistência por parte dos detidos.

De acordo com os serviços secretos norte-americanos, Sheikh Mohammad — de origem kuwaitiana, mas com passaporte paquistanês — é o chefe das operações internacionais da Al-Qaeda, pensando-se que terá sido ele a dar autorização ao atentado contra a sinagoga de Djerba, na Tunísia, em Abril de 2002, na qual morreram 21 pessoas, na sua maioria turistas alemães. Há quem o ligue igualmente à preparação dos atentados contra as embaixadas norte-americanas no Quénia e na Tanzânia, em 1998, que provocaram a morte a mais de 200 pessoas.

Segundo um alto responsável da Administração norte-americana, citado pelo "Los Angeles Times" em Junho do ano passado, Sheikh Mohammad, terá sido um dos principais estrategas dos atentados que em Setembro de 2001 provocaram a morte a cerca de três mil pessoas. No entanto, uma fonte dos serviços secretos, em entrevista ao mesmo jornal, minimizava o papel do kuwaitiano nos ataques contra Nova Iorque e Washington. "Ele é certamente uma das pessoas que esteve por detrás dos atentados. Mas será um pouco exagerado dizer que foi o seu cérebro", afirmou o responsável.

Outras fontes referem que o suspeito redistribui fundos oriundos da organização Irmandade Muçulmana no Kuwait e Arábia Saudita para organizações no estrangeiro, como a Jamaah Islamiyah, sediada na Indonésia.

O suspeito é igualmente familiar de Ramzi Ahmed Yousef, condenado a prisão perpétua por ter participado no primeiro atentado contra o World Trade Center, em Nova Iorque, em 1993.

Oficialmente, o FBI atribuiu-lhe apenas a participação na conspiração falhada para fazer explodir doze aviões comerciais norte-americanos sobre o Pacífico, em Janeiro de 1995, naquele que ficou conhecida como o caso "Bojinka". As autoridades norte-americanas ofereciam 25 milhões de dólares por informações que pudessem conduzir à sua captura.

Esta captura é a mais significativa desde que os EUA iniciaram, em 2001, uma campanha internacional de luta contra o terrorismo, que levou já à detenção de dezenas de alegados membros da Al-Qaeda, bem como à captura de mais de duas centenas de combatentes ilegais no Afeganistão, alguns dos quais também suspeitos de pertencerem à rede liderada por Osama bin Laden.

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