Líder do partido de esquerda israelita Meretz demite-se

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Sharon foi reeleito primeiro-ministro e tenciona formar um Governo de unidade nacional Odd Andersen/AFP

O líder do partido de esquerda israelita Meretz demitiu-se hoje das suas funções, na sequência do revés sofrido pela formação nas eleições legislativas de ontem.

O Meretz, que ocupava dez assentos no Parlamento cessante (num total de 120), obteve apenas seis lugares no escrutínio de ontem.

O deputado cessante Yossi Sarid já tinha ameaçado ontem abandonar a liderança do Meretz, se os resultados eleitorais confirmassem a queda do seu partido.

"Se o partido cair efectivamente para os cinco assentos [número avançado pelas sondagens], assumirei as minhas responsabilidades e abandonarei a liderança", declarou aos jornalistas.

"Não há dúvida nenhuma de que estas eleições são um fracasso enorme para o campo da paz", comentou o antigo ministro Yossi Beilin, que abandonou recentemente o Partido Trabalhista para integrar o Meretz. O ex-governante considerou ainda que a esquerda deve "reconstruir-se na oposição", de forma a apresentar uma "verdadeira alternativa" à política de direita nacionalista do Likud e do primeiro-ministro Ariel Sharon.

O Meretz é um tradicional aliado dos trabalhistas e defende a retirada de Israel para as fronteiras anteriores à guerra de 1967, apoiando a criação de um Estado palestiniano independente. Alguns analistas têm previsto uma futura fusão entre o Meretz e o Partido Trabalhista.

Ariel Sharon e o Likud venceram as eleições legislativas de ontem. No seu discurso após a reeleição, Sharon apelou à formação de "um Governo de unidade nacional o mais abrangente possível".

Segundo a comissão eleitoral, o Likud obteve 37 lugares, contra os 19 do sufrágio de Maio de 1999, registando assim uma forte subida.

Segundo os mesmos dados, o Partido Trabalhista elegeu 19 deputados, o pior resultado desde a criação do Estado de Israel, em 1948.

Já o Shinui, partido laico (que defende a separação entre religião e Estado) de centro-direita, chegou aos 15 mandatos, registando uma forte subida em relação às legislativas de há quatro anos.

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