Marrocos reclama na ONU enclaves espanhóis de Ceuta e Melilla

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Em Julho, o ilhéu mediterrânico de Perejil/Leila, situado ao largo da costa marroquina, fez estalar o verniz entre os dois países EFE

O ministro dos Negócios Estrangeiros marroquino, Mohammed Benaissa, pediu ontem o regresso a Marrocos das localidades de Ceuta e Melilla, assim como o das ilhas vizinhas que são "ocupadas pela Espanha".

O ministro, do alto da tribuna da 57ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, acrescentou que, para conseguir esse fim, Rabat "estava pronto a iniciar um diálogo que garanta os direitos soberanos de Marrocos e os interesses da comunidade espanhola nessas regiões".

As relações entre Marrocos e a Espanha, que chamaram os respectivos embaixadores, deterioraram-se desde há um ano, com uma série de litígios (pesca, exploração petrolífera ao largo das Canárias, emigração clandestina e conflito do Saara Ocidental). Este agravamento culminou em Julho último com a crise do ilhéu mediterrânico de Perejil/Leila, situado ao largo da costa marroquina, ocupado por uma dezena de soldados marroquinos desalojados depois pelo exército espanhol. Entretanto, a Espanha reafirmou perante o plenário que "Ceuta e Melilla e as ilhas e rochedos adjacentes são parte integrante do território espanhol". A declaração foi efectuada por Juan Luis Flores, representante permanente adjunto da Espanha na sede da ONU, em resposta ao discurso do ministro dos Negócios Estrangeiros de Marrocos, Mohamed Benaissa.

O diplomata espanhol, na mesma linha de anos anteriores, afirmou que os cidadãos de Ceuta, Melilla e ilhas adjacentes "estão representados no Parlamento espanhol com os mesmos títulos e nas mesmas condições que o resto dos seus compatriotas". Para além disso, sublinhou que estes cidadãos gozam "dos mesmos direitos e liberdades" e estão "apoiados pelo mesmo ordenamento jurídico" que o resto dos espanhóis.

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