O Presidente argentino, Eduardo Duhalde, decidiu antecipar as eleições gerais do país para Março do próximo ano depois de sete meses de fracassos e de não ter conseguido deter a grave crise financeira que afecta a Argentina.

Eduardo Duhalde afirmou numa comunicação pré-gravada ao país acreditar que a Argentina precisa de um Governo eleito para que este avance com reformas que acabem com uma recessão que já dura há quatro anos.

"Precisamos de um Governo fortalecido pelo voto popular que consiga levar a cabo reformas de fundo e que tenha como objectivo o desenvolvimento económico", afirmou Duhalde no comunicado, transmitido em todos os canais locais.

A tomada de posse do novo Governo está marcada para o dia 25 de Maio de 2003. Previamente, em Novembro próximo, haverá eleições primárias para se determinarem quais as figuras elegíveis de cada partido político.

Duhalde foi nomeado pelo Congresso em Janeiro último como Presidente interino, depois do seu antecessor, Fernando de la Rúa - e antes Adolfo Rodríguez Saa -, ter abandonado o cargo depois de violentos protestos de rua contra a sua alegada má gestão dos dinheiros públicos.

Agora, sem "oxigénio político" e com uma má imagem política - conta apenas oito por cento de popularidade na última sondagem nacional - Duhalde compreendeu que não podia esperar por Setembro do ano que vem para mudar o rumo político da Argentina.

O director do Fundo Monetário Internacional, o alemão Horst Koehler, contibuiu de certa forma para a antecipação das eleições gerais. Na segunda-feira, Koehler afirmou em Washington que "a falta de confiança da população no Governo e o sistema político são os problemas mais graves que enfrenta a Argentina".