Demitiram-se dois administradores da Pararede

Dois accionistas fundadores da Pararede, João Manuel Figueiredo Pereira e Manuel Pedro Reis Sobral, demitiram-se do conselho de administração da empresa.

Desconhecem-se as razões da renúncia ao cargo de administradores não executivos na Pararede, já que elas não foram tornadas públicas, nem foi possível entrar em contacto com responsáveis da empresa. Contudo, este é mais um sinal de que há instabilidade dentro da administração da Pararede, a qual se encontra há largos meses num difícil processo de reestruturação, que já envolveu o despedimento de trabalhadores e a saída de alguns projectos. A empresa dedica-se à venda de "software" e soluções informáticas.

João Pereira e Manuel Sobral são subscritores do acordo parassocial da Pararede, que terminará a 8 de Junho próximo, por ter sido quebrado pelo anterior presidente da empresa, Coelho de Campos, que se opôs à sua renovação. O acordo parassocial permitia aos seus subscritores envolverem-se na gestão da empresa e comprometia-os a acompanhar os aumentos de capital.

Estas demissões poderão ser seguidas pela renúncia de Silva Correia, actual presidente da Pararede. Segundo rumores e notícias não desmentidas, Silva Correia poderá renunciar à presidência da empresa na próxima assembleia geral, a 24 de Maio. Nessa reunião será decidida também uma redução do capital para fazer face aos prejuízos da Pararede. A empresa viu os prejuízos agravarem-se no primeiro trimestre deste ano, tendo os mesmos ascendido a 4,2 milhões de euros, contra 3,2 milhões no período homólogo de 2001.

O acordo parassocial, assinado em Junho de 1999, foi subscrito por Edgar Secca, José Luís Antunes Mota, Rui Fontoura, João Pinto e Sousa, Eduardo Rangel Silvano e quatro instituições financeiras: Banco Espírito Santo, Central-Banco de Investimento, BPI-Private Equity e BPI.

As acções da Pararede estão em queda abrupta desde meados de Abril. Hoje os papéis da empresa recuam quase três por cento para os 33 cêntimos (um novo mínimo do ano). A desvalorização acumulada neste ano é de quase 50 por cento, após uma quebra de 67 por cento registada em 2001.

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