João Rendeiro: Jerónimo Martins tem um «cariz familiar excessivo»

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«Qualquer investidor tem direito a comprar acções e a exercer os seus direitos quando se trata de uma sociedade aberta» PÚBLICO

O presidente do Banco Privado Português, João Rendeiro, que representa 12 por cento do capital da "holding" de distribuição Jerónimo Martins, assume que aspira a um lugar na administração, mas afirma que se isso não acontecer há muitas maneiras de fazer valer os seus direitos. Já bloqueamos a reestruturação do grupo, exemplifica.

"Parece-nos que a Jerónimo Martins (JM) é uma empresa que tem na sua cultura e funcionamento um cariz familiar excessivo", afirma Rendeiro em entrevista ao PÚBLICO. O presidente do Banco Privado Português (BPP) defende que a abertura do conselho de administração (CA) da "holding" a accionistas que nada tenham a ver com a família Soares dos Santos seria benéfica para a sociedade e para a própria família, a quem dá dois anos para mostrar o que vale. O banqueiro sugere ainda que a melhor opção para a JM é vender os activos no Brasil, que avalia entre 300 a 400 milhões de euros.

A Somague e Cin, empresas onde o BPP gere participações de 30 por cento e 16 por cento, respectivamente, já não precisam de provar nada, diz o banqueiro, que quer liderar a banca de investimento independente em Portugal. João Rendeiro sublinha ainda que só avançará para uma nova aquisição de dimensão relevante quando vender a participação que tem numa das três sociedades onde está presente. A Somague é apontado com sendo um dos mais prováveis activos a alienar.

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