O mundo não pode impor um Governo no Afeganistão, diz ministro paquistanês

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Segundo o ministro das Finanças paquistanês, cabe ao povo afegão decidir qual vai ser o futuro do Governo EPA

O mundo não pode impor um Governo no Afeganistão, disse o ministro das Finanças paquistanês, Shaukat Aziz, na cimeira económica do Sudeste Asiático, em Hong Kong. Aziz manifestou ainda o desejo que os ataques liderados pelos Estados Unidos ao Afeganistão acabem quanto antes.

"Nenhum Governo pode ser imposto, a partir de estrangeiro, no Afeganistão. O povo afegão tem de decidir qual vai ser o futuro do Governo", declarou o responsável das Finanças do Paquistão.Shaukat Aziz reagia assim às declarações de responsáveis norte-americanos que indicavam que os ataques ao Afeganistão continuariam ininterruptamente, apesar da crescente preocupação na região em relação às vítimas civis dos bombardeamentos norte-americanos.
Os Estados Unidos estão 7 de Outubro a bombardear o território afegão, com o objectivo declarado de derrubar o poder taliban em Cabul e acabar com as bases terroristas da Al-Qaeda, a organização terrorista liderada por Bin Laden, acusado de estar por detrás dos atentados a Nova Iorque e Washington. Até agora, os bombardeamentos não têm tido o sucesso que muitos esperavam. Os taliban continuam a controlar grande parte do território e o milionário de origem saudita continua por encontrar.
Islamabad, um aliado-chave dos Estados Unidos na guerra contra o terrorismo, apelou à comunidade internacional para ajudar na reabilitação e reconstrução do Afeganistão, país devastado pela guerra.
"As pessoas no Afeganistão precisam de um futuro, de esperança, de sentir que não serão ignoradas pelo mundo", afirmou Aziz. "O mundo deve isso ao Afeganistão, acudir às mais elementares necessidades humanas" deste povo.
O ministro das Finanças paquistanês continuou, dizendo que os afegãos foram abandonados depois do ocidente ter perdido interesse no seu país, mal acabou a ocupação soviética (1979-1989).
O responsável de Islamabad fez ainda um apelo a que a comunidade internacional não esqueça o problema dos refugiados afegãos, que poderão ser uma fonte de instabilidade para a região.
"A provação económica leva a comportamentos extremos e isso é o que o mundo não quer", concluiu, citado pela Reuters.

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