Fretilin canta vitória no maior comício da campanha

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A Fretilin foi o único partido a arriscar um comício no Estádio Municipal de Díli João Relvas/Lusa

O secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, reafirmou hoje que o seu movimento não vai formar um Governo de coligação de partidos, na sequência das eleições da próxima quinta-feira, que garantiu "já estarem ganhas".

"O Governo vai ser de inclusão, vamos buscar os elementos válidos dos outros partidos", anunciou Alkatiri, precisando que "não se trata de uma coligação de partidos, mas de talentos". A reafirmação da política da Fretilin quanto ao futuro Governo foi feita durante o comício de encerramento da campanha eleitoral, no estádio de Díli, que juntou milhares de pessoas.Na mais concorrida iniciativa eleitoral da campanha, a Fretilin demonstrou a sua força, atraindo uma multidão que os organizadores mais entusiasmados estimaram em 30 mil pessoas mas que observadores mais contidos avaliaram abaixo das 15 mil.
Apesar das disparidades dos números, o comício marcou bem a diferença relativamente aos restantes partidos, a maioria das quais evitou fazer comícios no estádio. "Vamos votar, vamos ganhar e no dia 31 saímos todos de casa, de mãos dadas, para fazer uma limpeza e plantar árvores", disse Alkatiri, insistindo numa das frases mais polémicas da campanha, utilizada pelo seu partido, e que mereceu críticas de organizações independentes pela associação da expressão "limpar o chão" aos piores momentos da repressão indonésia e das milícias.
"Não tenham medo, no dia 30 têm que sair todos, não podem ficar em casa com medo que haja violência", sublinhou, num apelo à mobilização dos eleitores para o acto de quinta-feira.

Alkatiri defende adesão do novo país à CPLP

Num comício a que assistiram representantes de missões diplomáticas baseadas em Díli, Alkatiri destacou o papel de Portugal e dos países de língua oficial portuguesa no apoio à luta dos timorenses "quando mais ninguém queria ouvir falar de Timor-Leste" e defendeu a adesão do novo país à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.O secretário-geral da Fretilin prometeu igualmente desenvolver boas relações de vizinhança com a Indonésia e a Austrália. "Depois de formarmos o nosso Governo vamos fazer um esforço para ter as melhores relações com a Indonésia, porque nunca fizemos guerra contra o seu povo mas contra o regime de Suharto", declarou, lembrando a existência de "milhares de irmãos" refugiados naquele país, para justificar a aproximação a Jacarta.

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