Morte de Olof Palme permanece um mistério

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A polícia sueca persegue diversas pistas há vários anos DR

Quinze anos após o assassínio do antigo primeiro-ministro sueco Olof Palme, abatido por um desconhecido numa rua de Estocolmo no dia 28 de Fevereiro de 1986, o mistério da sua morte tarda em ser desvendado.

"O número de inquéritos abertos na sequência do assassinato passou de diversas centenas em 1986 para cerca de uma dezena hoje em dia", indicou à AFP o chefe da polícia sueca, Lars Nylén."Nós já nem pensamos em termos de pistas. Daqui em diante queremo-nos concentrar na procura da arma", declarou a mesma fonte.
Olof Palme foi abatido a tiro por um desconhecido quando regressava a casa na companhia da sua mulher, Lisbet, após uma ida ao cinema. A arma do crime, uma Magnum 367, nunca chegou a ser encontrada.
"Cedo ou tarde nós vamos saber o que se passou naquela noite. O que não sabemos é se vamos poder prender o indivíduo que cometeu o crime", acrescentou.
O caso Olof Palme voltou a ser muito falado em todo o mundo em 1989, após a condenação, em Julho, e a posterior absolvição, em Novembro, de um sueco de 41 anos, Christer Pettersson, alcoólico e toxicodependente, finalmente libertado por falta de provas incriminatórias.
Depois de 1986 a polícia sueca seguiu diversas pistas:

  • Curdos: o Magistério Público recebeu luz verde por parte da Turquia para interrogar o chefe do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), Abdullah Oçalan, que, durante o processo, acusou a sua ex-mulher de estar implicada na morte de Palme. De acordo com Lars Nylén, a pista do PKK nunca foi uma prioridade.

  • África do Sul: os espiões sul-africanos Craig Williamson e Anthony White foram acusados pelo agente sueco Eugene de Kock de estarem implicados na morte do primeiro-ministro. O interrogatório de três homens na África do Sul, em 1996, ainda não terminou. Olof Palm, líder do Partido Social-Democrata sueco, era um ardente opositor do Apartheid.

  • Criminoso isolado: esta é a teoria mais credível, depois de, com ajuda do FBI, se ter chegado à conclusão de que os pormenores conhecidos do crime - ter acontecido numa das ruas mais movimentadas de Estocolmo, o tipo de arma e as munições usadas - encaixarem melhor no perfil de assassino individual em vez de sugerirem a actuação de um mercenário.

  • Será entregue uma recompensa de 50 milhões de coroas suecas (5,4 milhões de euros/um milhão de contos), a quem tiver informações que conduzam à prisão do assassino do ex-primeiro-ministro. O processo prescreve em 2011.

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