Rio sobre caso Silvano: “Seria canalhice aproveitar-me de uma fragilidade”

Líder do PSD aproveita para esclarecer afirmações suas aos militantes em Viseu.

Rui Rio à entrada do Centro de Congressos
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Rui Rio à entrada do Centro de Congressos LUSA/TIAGO PETINGA
Líder do PSD de visita ao pavilhão da FIL
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Líder do PSD de visita ao pavilhão da FIL LUSA/TIAGO PETINGA

Rui Rio considerou nesta quarta-feira “lamentável” que “alguém” tenha vindo dizer uma “mentira” sobre o que se passou na reunião com militantes na segunda-feira à noite, em Viseu. A Lusa noticiou que Rio teria dito que não deixava cair os amigos, a propósito da polémica das falsas presenças do secretário-geral em plenário do Parlamento.

À saída da exposição Portugal Exportador 2018, no Centro de Congressos de Lisboa, onde esteve acompanhado por alguns deputados, mas não por José Silvano, o líder do PSD disse que não abandona os amigos na sua vida privada, distinguindo da vida pública. “Eu não deixo cair os amigos na minha vida privada. Na minha vida pública, infelizmente, em muitas situações, temos de deixar cair os amigos, se eles não se portarem como deve ser, jamais poderia ter dito uma coisa dessas”, afirmou aos jornalistas, depois de já esta terça-feira o PSD ter enviado um comunicado a negar que Rio tivesse dito aos militantes que não deixa cair os amigos, a propósito de José Silvano.

O líder do PSD esclareceu ter dado uma explicação sobre “valores éticos, independentemente do caso A ou B”. Questionado sobre as suas palavras exactas, Rio adiantou que o que disse foi que “seria uma canalhice” alguém aproveitar-se “de uma fragilidade da vida dos outros para se alcandorar a si próprio”.

“Isso não é bonito”, rematou. Rio recusou responder, no entanto, se considera que José Silvano tem uma fragilidade, abandonando o local da antiga FIL.

Na sessão de segunda-feira, foi o próprio líder do PSD que perguntou aos militantes presentes se não teriam perguntas relativas ao caso do secretário-geral.

Cristas: Nunca partilhei password

Pouco tempo depois de Rio ter saído do centro de congressos, a líder do CDS também fez uma visita ao Portugal Exportador e acabou por se pronunciar sobre o caso. Questionada sobre se partilha a palavra-passe de acesso ao computador no plenário – o que foi assumido como banal pela deputada do PSD Emília Cerqueira – Cristas disse “nunca” ter ouvido “tal coisa no grupo parlamentar do CDS”.

Assegurando que “ninguém” tem a sua password, a líder do CDS rejeitou que seja comum a partilha das senhas. “No grupo nunca assisti, nunca fiz”, disse, considerando que “tudo aquilo que afecte a credibilidade é dispensável”. Questionada sobre se o caso do secretário-geral do PSD enfraquece a direita, Cristas evitou atacar os antigos parceiros de coligação, dizendo que fala “pelo CDS” e que está empenhada na construção de “alternativas ao Governo”. 

Acompanhada por deputados, a líder do CDS falou aos jornalistas pouco depois de ter percorrido alguns stands da feira. Tal como Rui Rio deteve-se no espaço do Novo Banco onde ouviu falar do trabalho que a instituição faz no âmbito das empresas exportadoras. Mas, ao contrário de Rui Rio, Assunção Cristas cumprimentou vários elementos de vários stands, alguns dos quais de forma afectuosa, provou maçã de Alcobaça desidratada e algumas uvas do Vale da Rosa, uma produtora que visitou recentemente. O líder do PSD adoptou um estilo mais austero e fez uma visita mais curta (cerca de 20 minutos), mas no final ambos partilharam a mesma ideia sobre a política económica. Num dia em que os indicadores mostram um arrefecimento da economia, Rio e Cristas deixaram uma mensagem idêntica: o Governo não procurou tomar medidas estruturais para enfrentar um abrandamento económico. 

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