Rui Rio assume perante militantes que "não deixa cair os amigos"

Declaração dizia respeito ao caso Silvano, mas acabou por ser desmentida pelo partido mais tarde.

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Rio anda a fazer uma volta pelo país em contacto com os militantes LUSA/NUNO VEIGA

O presidente do PSD, Rui Rio, afirmou na segunda-feira à noite, perante militantes de Viseu, que "não deixa cair os amigos", quando questionado sobre a polémica em torno das falsas presenças do secretário-geral do partido no Parlamento. Esta declaração viria a ser desmentida mais tarde pelo PSD

De acordo com relatos da reunião - que durou cerca de quatro horas - feitos à Lusa, foi o próprio Rui Rio que levantou o assunto, notando que não lhe tinha sido colocada qualquer pergunta sobre a polémica que marcou a semana passada.

Perante o desafio, foi questionado por um militante sobre como compatibilizava o caso de Silvano com o "banho de ética" que prometeu quando se candidatou à liderança do partido. Na resposta, Rio desvalorizou a polémica, negando que o secretário-geral tivesse agido de forma a receber indevidamente ajudas de custo.

O presidente social-democrata acrescentou que "não deixa cair os amigos", e que "a última coisa" que faria seria deixar 'cair' José Silvano, que é já o seu segundo secretário-geral desde que assumiu a liderança do PSD em Janeiro.

Sobre as próximas eleições, Rio voltou a apelar à união do PSD, e deixou um aviso de que "se correr muito mal", o principal prejudicado será, não ele próprio - que seria "corrido ao pontapé" -, mas o partido.

A sessão, que decorreu na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu, insere-se numa volta pelo país do líder do PSD, em que pretende debater directamente com os militantes do partido, já tendo marcado presença em distritos como Porto, Aveiro, Coimbra ou Santarém, entre outros. Para quarta-feira, está prevista a reunião com os militantes de Lisboa.

O tema das faltas dos deputados ganhou relevo na última semana, com o caso das falsas presenças de José Silvano, em pelo menos duas reuniões plenárias, em 18 e 24 de Outubro.

No dia 5 de Novembro, na única vez em que se pronunciou publicamente sobre o caso, Rui Rio assegurou que mantinha a confiança política em José Silvano, e classificou o caso como do domínio das "pequenas questiúnculas".

"Claro que mantenho a confiança política. O caso não é agradável, como é evidente, não é um caso positivo, mas acha que ter uma proposta para o país, discutir o país, debater o país pode ser anulado pelas pequenas questiúnculas que estão constantemente a surgir neste partido e nos outros partidos. Não pode ser, temos de estar um bocadinho acima disso", afirmou, à margem de uma iniciativa no Porto.

Leia aqui a notícia sobre o comunicado do PSD relativo às declarações de Rui Rio. 

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