Família de Franco quer enterrá-lo na catedral de Almudena em Madrid

Netos opõem-se à exumação do ditador, aprovada pelo Congresso. Se transladação for para a frente, exigem sepultá-lo na capital espanhola.

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Túmulo de Franco faz parte do memorial do Vale dos Caídos EPA/MARISCAL

Os netos de Francisco Franco querem que os seus restos mortais sejam transladados para a catedral de La Almudena, localizada bem no centro da cidade de Madrid. A exigência faz parte de um documento apresentado na sexta-feira ao Ministério da Justiça, no qual apresentaram os seus argumentos para a manutenção do memorial do Vale dos Caídos. Caso a exumação de Franco, aprovada recentemente pelo Parlamento, vá mesmo para a frente, os familiares do ditador exigem enterrá-lo na capital espanhola.

No documento composto por 12 pontos a que o La Razón e o El País tiveram acesso, os netos de Franco insistem que são os únicos que têm o poder para decidir onde devem permanecer os restos mortais do ditador espanhol. Se não ficarem no Vale dos Caídos, então deverão ser transladados para a catedral madrilena. “Onde eu e os meus irmãos dispomos de um direito de enterro perpétuo”, argumenta Francisco Franco Martínez-Bordiú, neto do ditador.

A família critica a “tentativa de humilhação” liderada pelo Governo de Pedro Sánchez e rotula o resultado da votação no Congresso dos Deputados – que autoriza a exumação até ao final do ano – como uma “profanação” ao Vale dos Caídos, sobre o qual, defende, o executivo não tem autoridade. Para além disso, diz que o decreto aprovado por Sánchez é inconstitucional, por não cumprir os requisitos da “necessidade extraordinária e urgente” exigidos pela Constituição espanhola.

O Governo prometeu que a transladação do corpo de Franco seria levada a cabo com respeito e dignidade. Mas também avisou que quer evitar que o seu túmulo se transforme num lugar de peregrinação dos saudosistas da ditadura espanhola. A catedral de Almudena é o palco escolhido pelas autoridades espanholas para os funerais e missas de Estado. 

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