Temer convoca forças federais para lidar com greve dos camionistas

Escolas fechadas, transportes públicos reduzidos, postos de gasolina sem combustível, auto-estradas cortadas. Michel Temer mandou desbloquear as vias e quer punir responsáveis.

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O maior mercado abastecedor do Rio de Janeiro nesta sexta-feira RICARDO MORAES/Reuters
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A greve de camionistas brasileiros não acabou apesar de um acordo entre alguns profissionais e o Governo na quinta-feira. Muitas auto-estradas continuam bloqueadas pelo quinto dia consecutivo e o protesto está a afectar quase todos os sectores, desde o abastecimento de alimentos (o que levou ao fecho de escolas e universidades) à falta de combustíveis.

Na quinta-feira à noite, grupos de representantes dos camionistas concordaram em pôr fim à greve e ao protesto nacional durante 15 dias, depois de o Governo se ter comprometido a subsidiar o combustível e a estabilizar o preço dos diesel.

Para conseguir parar a greve que começou na segunda-feira, o Governo também prometeu alargar a 30 dias uma baixa de 10% no preço do diesel.

Porém, este acordo não agradou a todos. A Abcam, grupo que lidera a greve e que não esteve na assinatura do acordo, disse que é preciso esperar para se saber como os grupos de camionistas de todo país reagem à proposta do Governo.

Segundo a Polícia Federal, nesta sexta-feira mantinham-se bloqueios nas principais vias em 24 dos 26 estados brasileiros - 74 bloqueios só no Rio Grande do Sul, onde está uma rota essencial para o comércio com a vizinha Argentina. 

As maiores vias entre São Paulo, o Rio de Janeiro e Belo Horizonte estão bloqueadas - São Paulo declarou o estado de emergência. O operador portuário privado Codesp SA disse que quase não há actividade no mais movimentado porto da América Latina, em Santos.

Segundo o jornal O Globo, o Presidente Michel Temer ordenou que as forças federais (Forças Armadas Polícia Federal, a Polícia Rodoviária e a Força Nacional) reabram as vias.

"Os que bloqueiam as auto-estradas, os que agem de maneira radical, estão a prejudicar a população e serão responsabilizados", disse Temer na televisão.

Nos postos de abastecimento de gasolina pouco há para vender por não haver abastecimento. Os transportes públicos e a recolha de lixo foi reduzida ao mínimo em muitas cidades devido à falta de combustível. 

A Fibria SA, a maior produtora de pasta de eucalipto, disse que os protestos dos camionistas estão a afectar a produção e a distribuição.

A produção automóvel também está a ser muito afectada e nesta sexta-feira esteve à beira de parar.

A greve dos camionistas está a afectar profundamente a economia brasileira que estava a tentar fazer uma frágil recuperação depois da maior recessão em décadas. A greve dos camionistas enfraqueceu ainda mais o Governo do Presidente Michel Temer.

 

 

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