Até 50.000 civis podem estar presos em Raqqa, na Síria

ONU pede suspensão da batalha para permitir fuga dos civis presentes no bastião do Daesh.

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Reuters/ZOHRA BENSEMRA

Entre 10.000 a 50.000 civis estão presos na cidade síria de Raqqa no meio do combate pela recaptura da ainda “capital” e bastião do Daesh na Síria. Estas são as estimativas das Nações Unidas, que apelam à coligação militar liderada pelos Estados Unidos que suspenda as operações para permitir a fuga em segurança dos civis.

A Amnistia Internacional divulgou também um relatório onde diz que centenas de civis morreram desde o início da batalha por Raqqa em Junho. Entre as situações relatadas à organização, está a forma como os militantes jihadistas colocam armadilhas e minas pela cidade, como os seus atiradores furtivos abatem qualquer pessoa que tente fugir e também como os civis são utilizados como escudos humanos.

Além disso, os constantes bombardeamentos e utilização de artilharia por parte da coligação liderada pelos EUA, do grupo armado das Forças Democráticas da Síria e do exército sírio apoiado pela Rússia também fizeram dezenas de vítimas. Segundo a BBC, só na semana passada a cidade foi atingida por 250 ataques aéreos.

Na terça-feira, por exemplo, o Observatório Sírio dos Direitos do Homem afirmava que pelo menos 42 civis, incluindo 19 crianças, morreram devido a ataques da coligação liderada pelos EUA.

Por tudo isto, a Amnistia Internacional diz que os civis presentes em Raqqa correm um “grande perigo” e que esse risco vai aumentar à medida que a batalha pelo controlo da cidade entra na sua fase final.

“Não consigo pensar em nenhum lugar pior na Terra neste momento”, afirmou, citado pela BBC, Jan Egeland, o conselheiro humanitário para a Síria da ONU. “As pessoas que saem não podem correr o risco [de serem mortas por] ataques aéreos”, continuou, acrescentando que é necessário pensar numa estratégia para retirar estes civis em segurança: “Agora é a altura de pensar em possibilidades como pausas no conflito ou outra forma para facilitar a fuga dos civis”.

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