MP vai acusar José Sócrates de corrupção

O Expresso avança que o Ministério Público deverá acusar o ex-primeiro-ministro de ter sido corrompido com 23 milhões de euros.

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A acusação do Ministério Público estará praticamente concluída. José Sócrates deverá ser acusado de corrupção. LUSA/ANDRÉ KOSTERS

A cinco dias do final do prazo, o Expresso noticia que o Ministério Público está a ultimar a acusação contra o antigo primeiro-ministro José Sócrates, preparando-se para o acusar dos crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais. Os oito procuradores responsáveis pela Operação Marquês consideram que os indícios que deram origem à investigação foram “consolidados” e que foi reunida uma prova “robusta”.

A acusação estará dividida em três partes que reconstituem os três processos em que o antigo primeiro-ministro terá sido corrompido com 23 milhões de euros: a intervenção e interesse do Grupo Espírito Santo (GES) nos negócios da PT, no âmbito dos quais Sócrates terá recebido a maior parcela dos supostos subornos (17,5 milhões de euros); as actividades do Grupo Lena, em que o então governante terá auferido cerca de 3,5 milhões de euros, e, por fim, a construção do empreendimento de Vale de Lobo, onde o principal arguido da Operação Marquês terá recebido cerca de dois milhões de euros. Comum aos três dossiês será o papel de Carlos Santos Silva, amigo de Sócrates, que terá recebido e movimentado verbas que pertenceriam afinal ao ex-primeiro-ministro.

Apesar de a acusação estar praticamente fechada, o Expresso noticia que o procurador Rosário Teixeira quer ouvir novamente o ex-primeiro-ministro, naquele que será o terceiro interrogatório desde que foi detido em 2014, para confrontar Sócrates com os indícios recolhidos nos últimos meses, sobretudo após as revelações que terão sido feitas pelo empresário luso-angolano Hélder Bataglia. São também esperados novos interrogatórios a outros arguidos do processo.

Os referidos indícios estarão relacionados com a Oferta Pública de Aquisição (OPA) falhada da Sonae à PT, com as suspeitas a recaírem sobre a intervenção do GES no processo (o grupo era o accionista de peso da empresa de telecomunicações, continuando a deter a maioria da PT após o falhanço da OPA), e com a venda da Vivo e posterior compra da Oi, ambas operadoras telefónicas brasileiras, também por parte do grupo então liderado por Henrique Granadeiro e Zeinal Bava. Com este último negócio, a PT pagaria 100 milhões de euros ao GES.

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