Sigmar Gabriel está na corrida a chanceler pelo SPD

Segundo o jornal alemão Bild, é Gabriel que vai defrontar Merkel nas eleições federais de Setembro: Schulz desistiu da corrida pelo lugar de ministro dos Negócios Estrangeiros.

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O partido Social-Democrata alemão conquista 21% das intenções de voto, segundo uma sondagem da INSA Stefanie Loos / Reuters

O presidente dos Sociais-democratas alemães (SPD), Sigmar Gabriel, decidiu entrar na corrida contra Angela Merkel nas eleições federais de Setembro, avança o jornal alemão de grande circulação Bild nesta terça-feira.

A notícia do Bild vai ao encontro daquilo que fontes do partido disseram à Reuters na semana passada: não há nenhuma alternativa realista a Gabriel, actual vice-chanceler e ministro da Economia do Governo de coligação nos últimos quatro anos.

Um porta-voz de Gabriel disse que o partido se mantém fiel ao que estava planeado: “O SPD vai decidir o seu candidato a chanceler no dia 29 de Janeiro”, afirmou. Na terça-feira, os membros seniores do partido vão ter uma reunião à porta fechada para discutir a estratégia para as próximas eleições, mas a questão sobre o candidato do partido não vai ser discutida oficialmente, escreve o Bild. O jornal lembrou que o último chanceler do partido, Gerhard Schröder, persuadiu Gabriel a concorrer. “Deve tornar óbvio que quer o lugar”, disse Schröder citado pelo Bild, acrescentando: “Se não o fizer, candidato-me outra vez”.

Há muito que Gabriel era apontado como o nome mais provável para disputar o lugar de chanceler contra Merkel, mas alguns membros do partido estavam à espera que Martin Schulz, que está de saída do Parlamento Europeu, pudesse estar interessado. Por agora, parece pouco provável, uma vez que Schulz vai ser indicado para ministro dos Negócios Estrangeiros, substituindo Frank-Walter Steinmeier, que os partidos no poder já concordaram eleger como o Presidente alemão no próximo mês. Gabriel, 57 anos, antigo professor, ultrapassa Merkel na avaliação da popularidade. Sigmar Gabriel tem reputação de ser imprevisível, mas é mais popular entre os militantes do SPD do que os seus antecessores.

Ainda que haja uma possibilidade matemática de o SPD ganhar votos suficientes para formar uma coligação à esquerda, com os Verdes e possivelmente com o partido da esquerda radical Die Linke, a maioria dos analistas concorda que é mais provável que aconteça outra “grande coligação”, com Merkel a conquistar um quarto mandato e governar com o SPD como seu parceiro minoritário.

Uma sondagem do instituto INSA, publicada no Bild na terça-feira, mostrou que os conservadores de Merkel conquistavam 32% das intenções de voto, e o SPD uns estáveis 21%. A combinação das percentagens do SPD com as do partido os Verdes e com a esquerda é 41%, comparado com os 53% de outra possível coligação “direita-esquerda”. As sondagens também mostram que o partido populista anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD) conquista 15% das intenções de voto. 

Outra sondagem também do instituto Emnid dá uma percentagem bastante maior à CDU, 38%, enquanto o SPD obteria 22%, seguido da AfD com 12%, os Verdes com 10%, Die Linke com 9%. 

Gabriel conseguiria numa eleição directa, ainda segundo uma sondagem do Emnid para o Bild am Sonntag, 27% das preferências dos eleitores contra 46% para Merkel.

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