Facebook suspende partilha de dados do WhatsApp na Europa

Dados como o número de telefone estavam a ser recolhidos pelo Facebook para distribuir publicidade. Vários países europeus expressaram dúvidas sobre a prática.

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O WhatsApp foi adquirido em 2014 pelo Facebook por 16,9 mil milhões de euros. JUSTIN SULLIVAN/GETTY IMAGES/AFP

Depois de meses de controvérsia, o Facebook decidiu suspender a partilha de dados dos utilizadores do WhatsApp para fins publicitários. Durante o Verão, o serviço de mensagens encriptadas detido desde 2014 pelo Facebook anunciou uma actualização dos termos de serviço que passou a permitir a cedência de dados como o número de telefone à rede social co-fundada por Mark Zuckerberg – que utilizaria a informação para melhorar a sua ferramenta de distribuição de publicidade. Agora, e depois de protestos em vários países europeus, é dado um passo atrás.

De acordo com o Financial Times, a suspensão abrange todos os países sob a alçada da divisão do Facebook sediada na Irlanda, e é decretada depois de o organismo irlandês de protecção de dados ter aberto um inquérito às práticas da empresa.

“Durante as nossas interacções com o Facebook confirmámos que, de momento, a Facebook Irlanda não está a processar dados de utilizadores europeus para o propósito de distribuir publicidade e melhorar o serviço da rede”, disse por sua vez ao Irish Times um porta-voz da agência.

Para além da Irlanda, também o Reino Unido e a Alemanha tinham anteriormente expressado preocupação com a partilha de dados entre as duas entidades, tendo na altura levado o Facebook a suspender a prática nesses dois países. Estão também em curso averiguações em França, Itália e Espanha.

A imprensa internacional assinala que esta suspensão continental deverá ser apenas temporária, e que o Facebook pretende trabalhar em conjunto com as autoridades europeias para retomar a partilha de dados.

Parte do sucesso do WhatsApp, lançado em 2009, reside precisamente no facto de ser um serviço de troca de mensagens que prometia segurança e privacidade ao utilizador. Quando a plataforma foi comprada em 2014 pelo Facebook, num negócio de 16,9 mil milhões de euros, as duas empresas sublinharam que não haveria uma partilha de dados entre as entidades. A promessa seria quebrada este Verão.

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