Rússia declara pausa humanitária nos combates em Alepo

A trégua de algumas horas permitirá retirar doentes e feridos. Mas para Moscovo é sobretudo uma oportunidade para os rebeldes abandonarem a cidade.

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Decisão surge um dia depois de a UE ter decidido não aplicar novas sanções à Rússia devido à Síria Reuters/MAXIM SHEMETOV

O Exército russo anunciou que está em vigor, entre as 8h e as 16h desta terça-feira, um cessar-fogo humanitário na cidade síria de Alepo. A informação foi dada pelo ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, que, citado pela agência Reuters, disse que as forças aéreas russas e sírias interromperam os bombardeamentos em Alepo.

O objectivo do cessar-fogo - inicialmente marcado para quinta-feira e agora antecipado - é "em primeiro lugar, e sobretudo, para que os civis possam deslocar-se à vontade, para a retirada dos doentes e feridos, e também para a saída dos rebeldes", explicou Sergei Shoigu.

"No momento em que esta pausa humanitária nos combates começou as tropas sírias retiraram-se para uma distância adequada para que os combatentes possam deixar Alepo com as suas armas" através dos corredores especiais, nomeadamente a rota do Castello, especificou Shoigu. "Pedimso aos países que podem ter influência no que se passa na parte oriental de Alepo a convencerem os chefes [rebeldes] a pararem os combates e abandonarem a cidade", acrescentou, numa clara referência aos Estados Unidos.

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Moscovo tinha recusado uma interrupção dos ataques superior ao periodo em vigor por temer que os rebeldes ainda na cidade se reagrupem, reorganizando a sua capacidade de defesa militar.

O anuncio deste adiantamento desta pausa humanitária nos combates foi feito um dia depois da reunião, na segunda-feira, dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 28 países da União Europeia (UE), que no Luxemburgo discutiram a crise militar e humanitária em Alepo. Do encontro saiu uma declaração em que a União Europeia condena os ataques aéreos levados a cabo pela aviação russa e pelas forças leais ao regime sírio de Bashar al-Assad, argumentando que têm atingido deliberadamente hospitais e pessoal médico, mas foi decidido não avançar com novas sanções contra a Rússia.

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