Supremo Tribunal investiga Lula por participação em "organização criminosa"

Inquérito da Operação Lava-Jato, que inclui a investigação ao antigo Presidente do Brasil, vai ser dividido.

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AFP/CHRISTOPHE SIMON

O Supremo Tribunal Federal do Brasil (STF) avançou para a divisão da Operação Lava-Jato. Numa das parcelas do inquérito, foi incluída a investigação ao antigo Presidente Lula da Silva por suspeitas de participação em "organização criminosa".

A decisão foi tomada pelo magistrado Teori Zavascki, ministro do STF, em resposta a um pedido efectuado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para facilitar e simplificar toda a investigação.

O pedido da procuradoria tem como objectivo investigar a actuação política no processo como um todo. Assim, o inquérito nas mãos do STF vai ser dividido em três: um dedicado ao Partido Progressista (PP), outro ao Partido dos Trabalhadores (PT), do qual faz parte Lula, e outro sobre o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).

Apesar de já estar afastado da vida política, o antigo Presidente passa a estar incluído na investigação perdendo os seus direitos de imunidade em relação a julgamentos em tribunais locais. Apenas o STF tem legitimidade para avançar com um julgamento a Lula, o que passa, desta maneira, a ser possível.

Citado pelo jornal Folha de São Paulo, o procurador Rodrigo Janot refere no seu parecer que “alguns membros de determinadas agremiações organizaram-se internamente, valendo-se dos seus partidos numa estrutura hierarquizada, para cometer crimes contra a administração pública”. Ou seja, Janot alega que os partidos envolvidos na investigação colaboravam numa “mesma organização criminosa”.

Entre os investigados estão também o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o ex-presidente da Câmara dos Deputados (câmara baixa do Congresso), Eduardo Cunha, ambos do PMDB, o mesmo partido do actual Presidente brasileiro, Michel Temer.

Estas já não são as primeiras suspeitas que recaem sobre Lula da Silva. O antigo governante, que já tinha sido descrito pelos procurados como o “grande general” por detrás de crimes relacionados com a empresa Petrobras, é arguido em dois processos diferentes pertencentes à Lava Jato. Um relacionado com suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro e outro por alegada obstrução à justiça no âmbito do mesmo processo.

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