TAP acredita que vai fechar 2016 em terreno positivo

Resultados operacionais do primeiro semestre ainda são negativos, na ordem dos 28 milhões de euros

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David Neelman Reuters

A TAP acredita que vai fechar o ano de 2016 com resultados operacionais positivos, recuperando dos prejuízos de quase 100 milhões de euros que registou em 2015. A convicção dos responsáveis da empresa, que foi privatizada num dos últimos actos políticos do anterior governo de Passos Colho, numa operação que foi depois confirmada pelo actual executivo de Antonio Costa (mas com alterações ao modelo de venda), está alicerçada nos resultados que foram alcançados no primeiro semestre.

De acordo com o director de comunicação da empresa, António Monteiro, os resultados operacionais da TAP no primeiro semestre de 2016 mantêm-se em terreno negativo – foram de 28,2 milhões de euros – mas desenham uma decida dos prejuízos de mais de 74% face ao mesmo período de 2015. “Historicamente, os resultados do primeiro semestre são sempre piores do que os do segundo. Há razões para acreditar que as contas vão ter saldo positivo”, afirmou.

É no segundo semestre do ano que se situam os meses mais importantes em termos de operação: os meses de Verão e as férias do Natal. De acordo com António Monteiro, o peso de cada um dos semestres nas receitas é de 47% para o primeiro semestre e 53% para o segundo. "Quando em causa está um volume de vendas de cerca de dois mil milhões de euros, estas taxas de variação têm muita importância no resultado", explica.

No primeiro semestre de 2016 a TAP registou uma facturação de 985,2 milhões de euros, quando em 2015 foi de 1008,4 milhões de euros. Isto numa altura em que a empresa reduziu significativamente a oferta, nomeadamente, a eliminação de rotas a partir do Porto e de Lisboa - sendo que a supressão de destinos com voos directos a partir do Porto alimentou uma acesa polémica entre a empresa e várias estruturas da região Norte, com o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, a liderar as críticas. A TAP parece estar a conseguir compensar essas quebras com o reforço que conseguiu em duas operações que apelida de “estratégicas”: o Porto, com a criação de uma Ponte Aérea, que aumentou o número de ligações entre o Porto e Lisboa, e o mercado dos Estados Unidos da América.

Segundo Antonio Monteiro desde o final de Março, altura em que arrancou a ponte aérea, até ao fim do mês de Junho, o aumento do tráfego de passageiros de e para o Porto aumentou 66%. E, agora já com impactos a serem visíveis no segundo semestre, desde o dia 11 de Junho, em que arrancou com a operação para Miami, e 1 de Julho, e para Nova Iorque, a 1 de Julho, até agora, o aumento do tráfego atinge os 64%.

São estes números, aliados ao baixo preço do combustível (o preço do barril de petróleo ronda os 50 dólares) que sustentam o optimismo que David Neelman, o novo dono da empresa, já manifestou numa entrevista à Bloomberg há cerca de uma semana. “Agora as coisas regressaram a terreno positivo, estamos optimistas. Os aviões estão cheios e as tarifas estão a aumentar”, afirmou o empresário.

Em 2014 a TAP teve um prejuízo de 99 milhões de euros, os piores dos últimos cinco anos da empresa, um resultado agravado pela retenção de 91,4 milhões de euros na Venezuela. Em 2014 os prejuízos foram de 46 milhões de euros.

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