Donald Trump escolheu o seu vice... no Indiana?

Mike Pence, um governador muito conservador e próximo do establishment do partido, deverá ser a escolha para vice-presidente do candidato republicano.

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Mike Pence e Donald Trump, num comício no estado de Indiana Aaron P. Bernstein/AFP

Donald Trump disse a responsáveis do Partido Republicano que já escolheu quem o acompanhará na candidatura à Casa Branca, como vice-presidente: Mike Pence, governador do Indiana, um conservador de credenciais firmadas e com experiência nos meandros de Washington. O anúncio oficial, no entanto, só deve ser feito sexta-feira.

Pence, de 57 anos, começou por ser um apoiante de Ted Cruz, o último rival republicano a sair da corrida à nomeação do candidato do partido para as eleições presidenciais de Novembro. Foi membro da Câmara de Representantes em 2001 e 2013, antes de ser eleito governador, e também animador de rádio, por isso é considerado um bom comunicador – mas ao mesmo tempo é discreto. No Twitter, tem-se tornado muito activo a fazer campanha por Donald Trump.

Tem ligações próximas aos irmãos milionários Charles e David Koch, grandes financiadores de causas e candidatos conservadores – mas não de Trump, pelo menos até agora. Se se juntar à campanha do empresário, que neste momento está muito necessitada de financiamento, isso abre a possibilidade de os irmãos Koch virem a mudar de opinião e financiarem Trump.

O governador do Indiana poderia também estabelecer uma ponte entre Trump e o establishment do Partido Republicano – que basicamente continua de costas voltadas para ele. O speaker da Câmara dos Deputados, Paul Ryan, considera-o um amigo, diz a AFP.

De resto, Pence coloca-se mais à direita que Trump nos temas sociais: apoiou legislação muito restritiva do aborto, que retiraria o financiamento oficial à organização Planned Parenthood, que fornece serviços médicos de aborto e planeamento familiar e é um alvo preferido dos políticos americanos mais conservadores. Quando esteve no Congresso opôs-se a acabar com a política "Don't Ask, Don't Tell", ou “Não perguntem, Não digam” no exército, relativa à orientação sexual.

Opôs-se ainda a que refugiados sírios pudessem reinstalar-se no estado do Indiana – em 2015, deu ordem a agências estaduais que não permitissem que uma família síria ali fosse colocada, Mas criticou as declarações de Trump em que este defendeu que todos os muçulmanos deviam ser impedidos de entrar nos EUA.

Mike Pence terá sido o possível vice-presidente preferido pelos filhos de Donald Trump – muito influentes na campanha – entre os vários candidatos que estavam a ser apreciados. Newt Gingrich, ex-speaker da Câmara dos Representants, no tempo de Bill Clinton, o governador de Nova Jérsia Chris Christie, e o senador do Alabama Jeff Sessions também estão na corrida.

Até à hora da conferência de imprensa, no entanto, nada é seguro. Donald Trump pode sempre mudar de opinião e escolher outro candidato.

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