Jerónimo propõe rejeitar Tratado Orçamental

"Com estes constrangimentos não passamos da cepa torta", acusa o dirigente do PCP.

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Jerónimo de Sousa considera o Orçamento para 2013 uma arma de arremesso mortífera PÚBLICO/arquivo

O secretário-geral do PCP defendeu este domingo, a propósito das eventuais sanções da União Europeia (UE) a Portugal, a rejeição do Tratado Orçamental, para libertar o país da instabilidade e dos amarramentos da UE.<_o3a_p>

"A questão da revisão, da rejeição do Tratado Orçamental parece-nos ser o elemento fundamental. Que os países se reúnam numa conferência intergovernamental e discutam essa possibilidade, porque não podemos viver sempre com o credo na boca", afirmou Jerónimo de Sousa aos jornalistas.<_o3a_p>

Falando em Fafe, depois de ter discursado num convívio das mulheres do PCP do distrito do Porto, no qual participaram algumas centenas de militantes e simpatizantes, o secretário-geral comunista destacou que "esta proposta tem vindo a alargar-se e a recolher novos apoios". <_o3a_p>

"Recentemente, o Bloco de Esquerda disse que estava de acordo, que secundava esta proposta. Mesmo no seio do PS, e por parte de muitos democratas e patriotas, existe esta preocupação", reforçou.<_o3a_p>

Questionado sobre a eventual falta de consenso na esquerda parlamentar sobre essa proposta, Jerónimo reconheceu que "o Governo PS não assumiu isso", mas defendeu ser "a vida a impor esta realidade".<_o3a_p>

"Não estamos aqui a fazer uma proposta revolucionária, estamos aqui a dizer que este povo tem direito ao investimento, ao crescimento económico e a criar mais riqueza, mas tem sempre estes amarramentos", acrescentou.<_o3a_p>

Para o líder do PCP, "esta insegurança, esta instabilidade não ajuda a resolver os problemas fundamentais" do país. "Com estes constrangimentos não passamos da cepa torta", exclamou também.<_o3a_p>

Ainda sobre as eventuais sanções da UE a Portugal, considerou serem "inaceitáveis, depois de tantos sacrifícios, de tantos sofrimentos que esse pacto de agressão impôs sobre o nosso povo, a toque de caixa da União Europeia".<_o3a_p>

Jerónimo evidenciou depois outra preocupação: "Pode não haver sanções, mas a verdade é que o Tratado Orçamental e o semestre europeu se mantêm em vigor. Pode evitar-se sanções agora, mas as regras colocam sempre Portugal debaixo de fogo".<_o3a_p>

Questionado sobre a indicação de Durão Barroso foi indicado para presidente não executivo da Goldman Sachs International, o dirigente do PCP comentou: "A esse caso particular de Durão Barroso, podíamos juntar uma lista longa de quadros dirigentes que circulam, numa espécie de vaivém, entre os grupos económicos e as instituições da União Europeia, numa promiscuidade condenável no plano ético".<_o3a_p>

Ainda segundo Jerónimo, o caso revela "ao serviço de quem estiveram e ao serviço de quem está essa União Europeia". <_o3a_p>

"Mais do que ataques pessoais ou fulanizados, devíamos tirar esta lição ou ensinamento", reforçou Jerónimo.  Para o secretário-geral do PCP, o caso "demonstra que a tal União Europeia, que devia ser da coesão económica e social, é de facto uma União Europeia ao serviço do grande capital".<_o3a_p>

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