Divulgadas primeiras imagens de destroços do avião da EgyptAir
Ministro egípcio defende que a hipótese de ataque terrorista é mais provável do que uma falha técnica.
O porta-voz do exército do Egipto divulgou este sábado as primeiras imagens de destroços do avião da EgyptAir que se despenhou na madrugada de quinta-feira quando estava prestes a chegar ao Cairo.
Entre os destroços recolhidos pelas equipas de busca estão pedaços da fuselagem do Airbus A320 – um deles com o nome da companhia bem visível – e coletes salva-vidas. As fotografias foram partilhadas na página no Facebook do porta-voz do exército do Egipto, que também publicou um vídeo no canal no Youtube.
O avião da EgyptAir que se despenhou na quinta-feira no Mediterrâneo emitiu mensagens automáticas que indicavam a existência de fumo na cabina. A informação foi confirmada pelo Departamento de Investigações e Análises para a Segurança da Aviação Civil, uma agência governamental francesa.
A agência salienta, no entanto, que "demasiado cedo para interpretar estes elementos".
"A prioridade da investigação é encontrar os destroços e a caixa negra", reforça em comunicado esta agência governamental francesa.
Na madrugada deste sábado, a CNN deu conta da existência de mensagens enviadas através do sistema ACARS (um sistema automático de envio de mensagens simples e curtas entre os aviões e as estações terrestres, para analisar o comportamento dos voos) onde se fazia referência a fumo a bordo, sem se precisar a origem.
No registo citado pela CNN algumas das últimas mensagens ACARS automáticas eram "SMOKE LAVATORY SMOKE," "AVIONICS SMOKE" ou "F/CTRL SEC 3 FAULT", e era também visível a existência de falhas no sistema de controlo de voo do avião.
Avião da Egyptair sacudido por duas mudanças bruscas antes de queda vertiginosa
O primeiro-ministro egípcio, Sherif Ismail, sublinhou mais uma vez que é cedo para excluir qualquer tipo de causa para a queda. Por seu lado, o ministro da Aviação Civil repetiu que um ataque terrorista é mais provável do que uma falha técnica, mas não avançou nenhum dado concreto para justificar esta afirmação.
O norte-americano Adam Schiff, que faz parte do Comité de Segurança da Câmara de Representantes, afirmou que nesta altura "não é ainda possível corroborar a teoria de que foi um atentado terrorista que provocou a queda do avião".
No entanto, Schiff concorda que o cenário é "sugestivo de [um cenário] terrorista", recordando a queda do avião russo em Sharm el-Sheikh e as aspirações do Estado Islâmico e da Al-Qaeda no que concerne a ataques em aviões. "Mas a realidade é que ainda não temos provas definitivas de que foi terrorismo", conclui.
Até ao momento nenhum grupo terrorista reinvidicou a autoria de um possível atentado na origem desta queda do avião da EgyptAir, ao contrário do que sucedeu há sete meses com o atentado contra um avião russo que se despenhou em solo egípcio.
As buscas continuam no Mediterrâneo, depois de a Marinha egípcia ter localizado destroços do avião bem como partes de corpos, de acordo com o Ministério da Aviação Civil do país. Os primeiros destroços do Airbus A320 foram descobertos a 290 quilómetros a norte de Alexandria.
O Airbus A320 da EgyptAir despenhou-se na madrugada de quinta-feira, com 66 pessoas a bordo, entre as quais um cidadão português, quando fazia a ligação Paris-Cairo.