Presidente da Parpública vai deixar o cargo

Pedro Ferreira Pinto tinha sido nomeado no início de 2014 pelo anterior Governo PSD/CDS.

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Pedro Ferreira Pinto com os ex-ministros António Pires de Lima e Maria Luís Albuquerque Rui Gaudêncio

O presidente da Parpública vai deixar o cargo na sexta-feira. Numa mensagem que enviou aos trabalhadores da empresa estatal, a que o PÚBLICO teve acesso, Pedro Ferreira Pinto, nomeado no início de 2014 pelo anterior Governo, explica que manifestou ao actual executivo a “intenção de cessar as funções, o que acontecerá no próximo dia 15 de Abril”.

“Terminado o meu mandato de presidente do conselho de administração da Parpública, concluídos os processos que me comprometi a ajudar a entregar, manifestei à tutela a intenção de cessar as funções, o que acontecerá no próximo dia 15 de Abril”, começa por referir o gestor, que antes de ser nomeado para o cargo foi administrador da Selecta, da Lisbon Brokers e da Euafresh.

Na carta que enviou aos trabalhadores da holding que gere as participações do Estado em empresas, Pedro Ferreira Pinto elenca um conjunto de dossiers fechados e decisões tomadas durante o seu mandato, que já tinha terminado a 31 de Dezembro de 2015.

“A Parpública prosseguiu com o plano de privatizações, tendo concretizado os processos da REN (Oferta Pública de Venda); CTT (accelerated bookbuilding) e TAP (Venda Directa de Referência)”, refere, acrescentando que “as operações de privatização realizadas nos dois últimos anos geraram um encaixe global de 494,3 milhões de euros, tendo sido entregue ao Estado um montante de 383,6 milhões de euros provenientes das respectivas receitas”.

Ainda neste campo, o gestor destaca a assessoria prestada à Águas de Portugal na privatização da Empresa Geral de Fomento (EGF), que gerou para aquela empresa “um encaixe bruto de 142,4 milhões de euros”.

Pedro Ferreira Pinto destaca ainda o acordo celebrado entre a Sociedade Portuguesa de Empreendimentos e a Empresa Nacional de Diamantes de Angola, com vista à venda da participação de 49% que o Estado tinha na Sociedade Mineira do Lucapa (que se dedicava à exploração de diamantes no noroeste de Angola). Um entendimento que pôs fim “a um diferendo de mais de duas décadas”, escreve.  

Na mensagem, refere ainda que, durante o seu mandato, a dívida financeira da holding “registou uma redução significativa, no montante nominal de 406 milhões de euros” e acrescente que no exercício de 2015 “prevê-se uma melhoria significativa dos resultados consolidados do grupo” face ao ano anterior. O gestor especifica que a Parpública deverá atingir resultados positivos “na ordem dos 550 milhões de euros”.

“O ciclo que agora termina foi, de facto, muito exigente pelas condições económico-financeiras vividas no país e pelo caderno de encargos cometido à Parpública, possível de cumprir com sucesso pela capacidade, qualidade e dedicação dos seus colaboradores”, afirma Pedro Ferreira Pinto.

O Ministério das Finanças já confirmou à Lusa que o gestor vai deixar o cargo, adiantando que esta saída acontece "a seu pedido". "Em linha com o acordado com o secretário de Estado Adjunto do Tesouro e das Finanças no início do corrente ano, o dr. Pedro Ferreira Pinto, presidente da Parpública desde 2014, cessará, a seu pedido, funções a partir do próximo dia 15 de Abril de 2016". 

A tutela referiu ainda que "a administração liderada pelo dr. Pedro Ferreira Pinto (...) conduziu um conjunto de privatizações que fecha um ciclo no que respeita à política relativa à estratégia para o Sector Empresarial do Estado". "Não obstante as divergências face a tal política, o secretário de Estado Adjunto, do Tesouro e das Finanças expressa o seu agradecimento ao dr. Pedro Ferreira Pinto pelo espírito de grande colaboração e lealdade que marcou estes quatro meses de trabalho conjunto", disse.

As Finanças acrescentaram ainda que "o Governo iniciou já o processo de selecção do conselho de administração para o triénio 2016-2019". Até à nomeação do novo conselho de administração, mantêm-se em funções os actuais administradores, José António Barros e Carlos Durães da Conceição.

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