Fundo Azul para financiar novas empresas poderá ter ajudas da Noruega

Governo está a concluir a montagem administrativa e financeira do Fundo Azul, uma estrutura que pretende fomentar a criação de novas empresas e potencial a investigação aplicada e poderá receber apoios de parceiros noruegueses.

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Fundo Azul poderá ter uma contribuição da Noruega, com quem Portugal tem uma parceria Patrícia Martins

Há já muito que se fala do potencial do mar e da importância que pode ter a economia do mar na estrutura produtiva portuguesa, mas agora é chegada a hora de passar à pratica e aos actos. Foi, sobretudo, pragmatismo aquilo que a Ministra do Mar foi dar - e foi pedir - às muitas empresas e instituições que visitou durante todo o dia em Matosinhos. Numa reunião aberta aos jornalistas que manteve com os representantes da incubadora de empresas do mar da UPTEC Porto, e onde estiveram autarcas, deputados e o presidente do porto de Leixões, a ministra Ana Paula Vitorino afirmou ter chegado a hora de se deixar de falar “do activo estratégico mar”, para se passar a falar “do activo estratégico que é o conhecimento do mar”. “E que esse conhecimento se transforme em crescimento”, acrescentou.

Ana Paula Vitorino disse estar na casa certa para fazer aquele desafio, porque tinha à sua frente os interlocutores que personificam a política que quer ver generalizada: uma aproximação entre saber académico e o tecido empresarial, de forma a que surjam maiores negócios. “O Fundo Azul tem a vossa cara”, disse a ministra. 

Para já o Fundo Azul existe no papel e nas intenções - mas o governo deverá concluir a montagem administrativa e financeira nos próximos três meses. O Fundo Azul é uma estrutura que pretende fomentar a criação de novas empresas e potencial a investigação aplicada e que permita, deseja Ana Paula Vitorino, transformar os actuais 2,4% do Valor Acrescentado Bruto nacional que é garantido pelas empresas ligadas à economia do mar “num valor muito mais substantivo”. “Eu acredito que com um recurso como este, a economia do mar deveria estar no topo desta estatística”, afirmou a Ministra, indicando que a simplificação administrativa e o futuro Fundo Azul podem ser instrumentos a contribuir nesse sentido. 

O futuro Fundo Azul vai ter dois tipos de destinatários: por um lado apoio às startups, empresas que estão a começar, e por outro lado, um apoio concretos à investigação aplicada, estimulando parcerias entre instituições, investigadores e industria. O modelo de financiamento deste fundo ainda não está fechado, mas a ministra já deixou perceber as várias componentes que o podem integrar: para além de uma comparticipação inicial do Orçamento de Estado, a ministra acredita que será a “própria economia do mar que o vai sustentar”. “Tal como existe noutras áreas, cada vez que existem licenciamentos pagam-se impostos. Alguns deles podem ser redireccionados para o Fundo Azul, para ser reinvestido no sector. A própria actividade das empresas irá alimentar este fundo”, explica a ministra. 

Ana Paula Vitorino acrescentou ainda que existe a possibilidade de a Noruega também contribuir para o financiamento desse fundo, já que foi estabelecida uma parceria de contacto entre os dois países que são, também eles, os dois membros europeus que têm as duas maiores jurisdições de zona  económica marítima. Uma terceira componente é ser integrado por Capitais de Risco.

Se o Fundo Azul tem uma vertente mais vocacionada para investigação e o desenvolvimento de novas empresas, já as verbas que vão ser geridas no âmbito do Mar 2020 poderão chegar a toda a estrutura da chamada economia do Mar. “Serão 500 milhões de euros, acredito que é um valor que é suficiente. Tem de ser suficiente”, concluiu a ministra.

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