Pinto da Costa: muita parra e pouca uva

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Pinto da Costa tem 74 anos

A Operação Fénix, no âmbito da qual impendem graves suspeitas sobre o responsável pela segurança pessoal de Pinto da Costa, não é o primeiro caso em que a justiça aponta o dedo ao presidente do FC Porto. Mas até hoje nenhum desses casos obrigou o dirigente desportivo, que tem sempre negado qualquer ligação a práticas ilícitas, a sentar-se no banco dos réus. Tal como na Operação Fénix, também o mundo dos negócios da noite era central no processo Noite Branca, onde se destacava Bruno Pidá, condenado a 23 anos de prisão por homicídio. Pinto da Costa sempre garantiu não conhecer este membro dos Super Dragões, embora existam imagens que o mostram ao lado do presidente do FC Porto, a garantir a sua segurança. Depois há também todo o universo do caso Apito Dourado, cujas escutas, embora não tivessem sido validadas pela justiça para efeitos de prova, continuam a fazer as delícias de quem as ouve.

As suspeitas do Ministério Público iam no sentido de o FC Porto recompensar os árbitros que ajudavam o clube com “fruta para dormir” e “café com leite”, ou, numa linguagem mais prosaica, de lhes fornecer prostitutas. Embora Pinto da Costa tenha chegado a ser formalmente acusado de corrupção desportiva pela procuradora Maria José Morgado, o caso também acabou por não dar em nada, apesar das graves imputações publicadas em livro por Carolina Salgado, a antiga companheira do dirigente desportivo. Em 2008, o Estado português foi condenado a indemnizar Pinto da Costa em 20 mil euros, mas no ano seguinte o Supremo revoga essa decisão. Em causa estava o facto de em Dezembro de 2004 o líder dos dragões se ter apresentado voluntariamente em tribunal para prestar declarações, mas ter recebido uma ordem de detenção já no interior do edifício. 

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