O Irão já começou os trabalhos preliminares para aplicação do acordo internacional para a redução da sua capacidade nuclear que assinou em Julho, garantiu esta segunda-feira o chefe da organização iraniana de energia atómica, Ali Akbar Salehi.

“Começámos o trabalho preliminar”, disse, citado pela agência noticiosa japonesa Kyodo, acrescentando que as medidas já adoptadas incluem a redução do número de centrifugadoras activas.

Salehi deslocou-se a Tóquio para contactos com as autoridades japonesas sobre medidas de segurança nuclear.

Em meados de Julho, após um longo processo negocial, o governo de Teerão chegou a acordo para a redução da sua capacidade nuclear com o grupo 5+1 (Estados Unidos, Reino Unido, China, França, Rússia mais Alemanha).

Na altura, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Teerão, Mohammad Zarif, disse que Teerão precisaria de quatro meses para aplicar as decisões com que se comprometeu no acordo. O prazo coincide com o calendário então considerado "provável" pela agência noticiosa AFP, depois de avaliar os termos do compromisso.

Após esta fase preliminar, deverá começar a última fase dos trabalhos para, em Janeiro de 2016, começar a "era pós-sanções".

O acordo deste ano pôs fim a mais de uma década de negociações em que o objectivo das potência nucleares era impedir que Teerão conseguisse fabricar uma bomba nuclear (apesar de o Governo iraniano sustentar desde sempre que o seu programa tem fins exclusivamente civis). Da parte iraniana, o objectivo era poder continuar com o programa, embora em menor escala, e acabar com o isolamento e as sanções que asfixiaram o país.

Está previsto um sistema de verificação internacional do programa atómico iraniano, a cargo da Agência Internacional da Energia Atómica, para avaliar as suas possíveis dimensões militares. Em contrapartida, as potências internacionais aceitaram remover, gradualmente, as sanções impostas ao Irão.