ETA afirma ter desmantelado estrutura armada

Anúncio foi recebido com cepticismo no País Basco. Ainda na semana passada o mediador dissera que o processo estava parado.

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Reuters

A organização terrorista basca ETA anunciou domingo que "desmantelou" as suas "estruturas derivadas da luta armada" de forma a completar a "transição do ciclo do confronto armado para o ciclo do confronto democrática ".

Num comunicado, anunciado no sábado mas publicado na íntegra domingo, diz que o "desmantelamento" já está concluíudo.

O comunicado surpreendeu o governo do País Basco e a maior parte dos partidos locais que chegaram a expressar opiniões levantando a hipótese de se tratar de uma manobra de propaganda do grupo para neutralizar as críticas à notícia sobre a suspensão do processo.

"Esperamos actos e não palavras", disseram ao jornal espanhol El País fontes nacionalistas e socialistas, Um porta-voz da Comissão Internacional de verificação do desarmamento da ETA, coordenada por Ram Manikalingam, tinha dito recentemente que "não havia novidades no processo".

O Ministério do Interior fez também saber não ter qualquer indicação de progressos no processo e que o desmantelamento deve ser feito de uma vez e sem condições.

Porém, já depois do texto publicado na íntegra, o porta-voz do governo basco, Josu Erkoreka, em declarações aos jornalistas espanhóis, sublinhou que o executivo mantém "a sua disposição permanente para trabalhar", de forma a que se assista ao fim ordenado, verificável e definitivo da ETA. "Estamos disponíveis — disse Erkoreka — para colaborar com os mediadores internacionais de forma a acelerarmos o processo de conclusão do terrorismo".

A garantia da ETA surgiu dias depois de o mediador internacional, o britânico Jonathan Powell, ter comunicado ao governo basco e aos partidos que o processo de desarmamento com que a organização armada se comprometera em Fevereiro estava paralisado. O grupo comprometeu-se, no início do ano, a dar início ao processo "unilateral e total" de desarmamento com o objectivo seria ceder protagonismo político à Esquerda Abertzale (antigo Batasuna). Depois do fiasco de desarmamento que protagonizou na presença de representantes do Comité de Verificação, o grupo comprometeu-se, no início do ano, a dar início ao processo "unilateral e total" de desarmamento. O que foi agora anunciado coincide, em traços gerais, com esse anuncio.

O mediador informara também os responsáveis políticos de que a ETA não iria prosseguir com a operação antes de ter garantias de que os governos espanhol e francês se envolveriam nesta passagem para o "ciclo democrático".
 

   





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