Circuncisão masculina reduz risco de contrair herpes genital e vírus do papiloma humano

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O preservativo continua a ser a melhor forma de evitar doenças como a sida Rogan Ward/Reuters (arquivo)

Os homens heterossexuais que são circuncidados correm menos risco de contrair o vírus da herpes genital (HSV-2) ou o vírus do papiloma humano (HPV), mas contraem sífilis com a mesma frequência que os não circuncidados, mostra um estudo publicado hoje na revista científica New England Journal of Medicine.

"A circuncisão masculina é um método comprovado cientificamente de reduzir o risco dos homens contraírem o HIV através do acto sexual heterossexual”, disse Anthony S. Fauci, director do Instituto Nacional para as Alergias e Doenças Infecciosas (INADI), EUA. “Esta nova investigação proporciona provas que mostram que a circuncisão pode dar alguma protecção contra o herpes genital e o vírus do papiloma humano”, acrescentou.

O estudo foi feito no Uganda, com cientistas da Universidade de Makere em Kampala e de instituições norte-americanas, incluindo o INADI.

Foram utilizados dois grupos de homens, com idades entre os 15 e os 49 anos. O primeiro grupo de mais de três mil indivíduos foi dividido em dois, um imediatamente circuncidado e outro (o grupo controlo) que só foi circuncidado passado 24 meses. Durante estes dois anos, os indivíduos mantinham a sua vida normal. Aos seis, 12 e 24 meses foram todos testados para o herpes genital e para a sífilis. O segundo grupo, com perto de 700 voluntários, passou pelo mesmo esquema mas para testar o vírus do papiloma humano.

Os resultados mostram que nos grupos circuncidados previamente, a percentagem dos que contraíram herpes genital foi de menos 25 por cento e a dos infectados com o HPV foi de menos 35 por cento do que os homens que só foram circuncidados no final da experiência.

Já no caso da sífilis, uma doença causada por uma bactéria e não por um vírus, não houve diferenças entre o número de homens circuncidados e não circuncidados que contraíram a infecção.

Os estudos anteriores já mostravam que a população heterossexual circuncidada tem menores riscos de contrair o vírus da sida: os seus riscos são quase 60 por cento menores. Apesar de ainda não haver uma explicação concreta para estas diferenças, defende-se que a entrada destes vírus (o HPV, o HSV-2 e o HIV) no corpo humano faz-se através células que estão à superfície do pénis. Ao retirar parte do prepúcio, esta porta de entrada fica mais apertada, o que diminui as hipóteses de se contrair estas infecções.

Os cientistas sublinham ainda que a circuncisão está longe de ser uma protecção total e que a prática de sexo seguro, com o preservativo, é a melhor maneira de evitar as doenças sexualmente transmissíveis.

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