Ofertas amazónicas

Quem dá e tira vai para o inferno

A Amazon.co.uk mandou-me um mail a dar-me os parabéns por ter comprado um livro em formato Kindle nos últimos quatro dias. A sério? Depois das centenas que comprei sem qualquer esperança de ser recompensado? Sim.

Deram-me um código promocional e tudo (para poder escolher um livro Kindle à borla.

A Amazon orgulha-se de traçar as preferências dos compradores e de fazer recomendações feitas à medida. Mas aqui nada feito. Os seis livros eram todos merdosos e velhos. Os dois únicos que, numa situação de urgência no meio de um deserto, se deixariam ler eram dois cachuchos: The Black Echo de Michael Connelly e Stardust de Neil Gaiman.

Os outros quatro eram ilegíveis e indizíveis (algúem disse Stieg Larsson?).

Tendo ouvido dizer bem dos policiais de Michael Connelly (não obstante vindo das pessoas erradas) escolhi The Black Echo.

Fui imediatamente rejeitado. Vivendo em Portugal não estava habilitado a ser recompensado. Nada importava o roubo da taxa da câmbio que tornava cada libra esterlina em euros de 2017. Nada importava a fortuna que lá tenho enterrado há vinte anos.

Todos os dias recebo propostas por e-mail que, mal respondo, me informam que só estão disponíveis nos EUA ou, com a maior das condescendências e estupidezes comerciais, no Canadá e no Reino Unido.

Quem dá e tira vai para o inferno: como é que as milhares de novas companhias ainda não descobriram (como descobriu toda a gente desde 1998) o país de origem (o IP) dos clientes?

Não sei.

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