Prestação média dos empréstimos à habitação mais recentes subiu 40% num ano

Reflexo da forte subida das Euribor, a taxa média do conjunto dos contratos subiu para 4,089%, em Agosto.

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Subida constante das taxas Euribor agravam custos dos empréstimos da casa Paulo Pimenta
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Os encargos com crédito à habitação não param de aumentar em consequência das subidas das taxas Euribor, o indexante que está presente na grande maioria dos empréstimos. A prestação média do conjunto dos contratos fixou-se em 379 euros em Agosto, mais nove euros que em Julho e mais 111 euros que em Agosto de 2022, o que corresponde a um aumento homólogo de 41,4%.

No crédito contratado nos últimos três meses, os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados esta terça-feira, mostram que o valor médio da prestação subiu 19 euros face ao mês anterior, para 623 euros em Agosto. Trata-se de um aumento de 40,0% face ao mesmo mês do ano anterior.

A subida da prestação resulta do aumento da taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação, que subiu para 4,089% em Agosto, o valor mais elevado desde Março de 2009, uma diferença de 21,1 pontos base face a Julho (3,878%).

Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro subiu para 4,331%, mais 15,8 pontos base face a Julho (4,173%), e o valor mais elevado desde Abril de 2012.

Com a subida das taxas, a parcela relativa ao pagamento de juros aumenta, ficando em Agosto nos 57% da prestação média (216 euros), quando era de apenas 19% em Agosto de 2022. Já a da amortização desce, representando 43% (163 euros).

O capital médio em dívida do conjunto dos empréstimos aumentou 185 euros, para 63.740 euros. Bem mais elevado é o capital médio dos contratos mais recentes, que se situou em 122.964 euros, mas a diminuir 134 euros face a Julho, a reflectir um maior abrandamento na concessão de crédito e as dificuldades em aceder a montantes mais elevados.

Actualmente em máximos de Novembro de 2008, a subida das taxas Euribor vai-se reflectindo nos novos empréstimos à habitação a taxas variáveis e no conjunto dos existentes, uma vez que são revistos a cada três, seis ou 12 meses. As taxas implícitas divulgadas pelo INE também incluem os empréstimos a taxas fixas e mistas, que representam cerca de 10% do total.

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