Dona da Budweiser quer rival e controlar metade dos lucros da indústria cervejeira

Compra da SABMiller pela Anheuser-Busch InBev seria o maior negócio de sempre do sector. Operação poderá custar à dona da Budweiser mais de 100 mil milhões de dólares, 88,6 mil milhões de euros ao câmbio actual.

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Sector tem sido marcado por fusões e aquisições Ezra Shaw/AFP

A fusão de dois gigantes da indústria cervejeira mundial daria origem a um gigante ainda maior, com o controlo de metade dos lucros da indústria. Será este o cenário caso se concretize a compra da SABMiller, dona da Grolsh e da Aguila, pela AB InBEv, a maior empresa do sector e fabricante da Budweiser e da Corona.

A AB InBev, de capital belga e brasileiro, confirmou nesta quarta-feira que abordou a britânica SABMiller no sentido de uma “combinação das duas empresas”. A intenção “é trabalhar com a administração da SABMiller para uma transacção”, disse o gigante mundial num comunicado publicado no seu site. “Não há certezas de que esta abordagem resultará numa oferta ou acordo”, sublinha.<_o3a_p>

Em resposta, a SABMiller disse que iria analisar e responder “apropriadamente a quaisquer propostas que possam ser feitas”.<_o3a_p>

Perante as notícias, o desempenho das duas cervejeiras em bolsa disparou de imediato. A britânica conseguiu aumentar o valor dos seus títulos em 23%, o que colocou o valor da empresa nos 60 mil milhões de libras (82,4 mil milhões de euros), de acordo com a Bloomberg. Já a AB InBev registou crescimentos de 12%. 

Pelos cálculos da agência, a operação poderá custar à dona da Budweiser mais de 100 mil milhões de dólares, 88,6 mil milhões de euros ao câmbio actual. A SAB Miller ganhou 20% na bolsa depois de a AB InBev ter anunciado a sua proposta.

A avançar, este será o maior negócio de sempre da indústria cervejeira, onde são frequentes a fusões e aquisições. A própria AB InBev nasceu em 2004 da junção da brasileira Ambev e da belga Interbrew, que detinha a Stella Artois. Estes movimentos de consolidação têm sido a estratégia do sector numa altura em que o mercado abranda, reflectindo a redução do consumo e o nascimento de novos negócios como o das cervejas artesanais e outros hábitos dos consumidores. Em Portugal, por exemplo, o consumo per capita de cerveja está nos 46 litros, o valor mais baixo dos últimos 12 anos segundo os dados de 2014 da Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja).

 

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