Lesados no Novo Banco bloqueiam entrada na sede da instituição

Polícia teve de retirar manifestantes que estavam a bloquear a entrada na sede da instituição, em protesto contra a ausência de medidas para resolver o problema dos que perderam as suas poupanças.

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Solução apresentada abrange apenas alguns produtos dos ex-clientes do BES

Cerca de uma centena de lesados do BES concentraram-se na manhã desta quinta-feira em frente à sede do Novo Banco, em Lisboa, em mais uma acção de protesto. Os primeiros manifestantes, relata a Lusa, chegaram ao local cerca das 7h e ocuparam as entradas principais do edifício no cruzamento da Avenida da Liberdade com a rua Barata Salgueiro, obrigando a política a cortar o trânsito.

Os funcionários da instituição ficaram impedidos de entrar na instituição e, por volta das 9h30, a unidade especial de polícia da PSP retirou as pessoas que se encontravam a bloquear as entradas, que se instalaram depois em frente às arcadas da sede do banco.

A polícia, entretanto, criou um cordão de segurança para os funcionários do Novo Banco poderem entrar, tendo feito um cordão de segurança debaixo das arcadas.

Em declarações à Lusa, Rui Falcão, da AIEPC (Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial), disse que eram esperadas mais de 200 pessoas no local.

"As pessoas perceberam que é na rua que conseguimos resolver e chamar a atenção para o problema. É bom que toda a gente em Portugal tenha a noção do que está a acontecer para que não lhes aconteça o que nos aconteceu. Estamos aqui não só pelas nossas poupanças, mas também pela justiça e honra do país e dos portugueses", disse.

Rui Falcão salientou que todos os lesados querem que seja feita justiça e que as leis mudem no país. "Queremos que estes produtos sejam ou proibidos ou bem classificados, que as pessoas sejam bem informadas do que estão a comprar, que não foi o que nos aconteceu. Sempre nos disseram que era capital e juro garantido", sublinhou Rui Falcão, frisando que os lesados querem ser reembolsados.

No local, ouvem-se buzinas e apitos dos lesados que, munidos de faixas e cartazes, exigem que o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, execute a provisão e sejam ressarcidos do investimento que perderam.

A 3 de Agosto de 2014, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado 'banco mau' (um veículo que mantém o nome do BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.

Na sequência deste processo, centenas de pessoas perderam as poupanças que tinham investido em papel comercial do Banco Espírito Santo (BES) e há cerca de ddez meses que exigem que lhes seja devolvido o dinheiro que investiram.

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