Candidato à TAP desiste pela terceira vez de entrar em bolsa

Azul tem vindo a adiar sucessivamente a operação. A última vez tinha ocorrido no início deste ano.

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David Neelman controla a maioria do capital da Azul Reuters

Um dos candidatos à compra da TAP anunciou que vai desistir, pela terceira vez, de entrar em bolsa. Trata-se da Azul, controlada pelo empresário norte-americano David Neeleman, que tem vindo a justificar a decisão com as más condições de mercado.

A desistência da oferta inicial de acções (IPO, em inglês), noticiada pela imprensa brasileira, foi divulgada na segunda-feira na Comissão de Valores Mobiliários, o regulador do mercado de capitais no país, sem que seja conhecida, por agora, uma explicação.

Já em Janeiro, a Azul tinha recuado na intenção de avançar com um IPO, tendo a Reuters noticiado na altura, citando fontes próximas da empresa não identificadas, que o adiamento se devia “às más condições de mercado”.

“Havia a expectativa de que as condições melhorassem, mas o cenário mantém-se adverso. Por isso, a companhia decidiu adiar a operação”, referiu a fonte à agência noticiosa, garantindo ainda que não havia urgência da empresa em realizar a oferta inicial de acções.

A primeira tentativa da Azul foi feita em Junho de 2013, mas viria a ser cancelada dois meses depois. No início do ano passado, a operação foi retomada, mas acabou novamente suspensa. Em Dezembro último, foi tentado um novo IPO, desta vez através de uma oferta de novas acções e de títulos preferenciais. Porém, a operação foi abortada logo em Janeiro.

A companhia de aviação, que é detida em 57% por David Neeleman (que controla 67% dos direitos de voto), pretendia angariar capital com a entrada em bolsa, com o objectivo de expandir a frota e amortizar a dívida. Não se sabe se vai manter este plano ou tentar encontrar alternativas.

A Azul é a terceira maior transportadora aérea do Brasil, tendo transportado no ano passado 21 milhões de passageiros. Os seus resultados têm sido praticamente sempre negativos, tendo chegado a Setembro de 2014 com prejuízos de 23,3 milhões de euros.

Quando o Governo relançou a privatização da TAP, depois de a primeira tentativa ter fracassado em 2012 com a rejeição da oferta de Germán Efromovich, David Neeleman decidiu avançar, tendo apresentado uma proposta de compra a 15 de Maio.

O executivo decidiu passar o consórcio Gateway (que inclui também o empresário português Humberto Pedrosa, dono da Barraqueiro) à fase de negociações, assim como Efromovich, que controla o grupo sul-americano Avianca. Estes dois candidatos têm até à próxima sexta-feira para apresentar uma oferta final de aquisição da TAP e o vencedor deverá ser escolhido no Conselho de Ministros de 11 de Junho.

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