Pais do Amaral diz que a proposta que entregou garante "independência" da TAP
Empresário português assegura que concorre à privatização rodeado de investidores internacionais com "elevada experiência" na aviação.
Três dias depois de ter apresentado uma proposta de compra da TAP, Miguel Pais do Amaral fala pela primeira vez sobre a decisão, garantindo que a oferta que entregou, e que concorre com as de David Neeleman (Azul) e de Germán Efeomovich (Avianca), garante a "independência" da companhia de aviação nacional e evita que se torne uma subsidiária de um grupo estrangeiro.
"A TAP não tem vocação para ser uma subsidiária. Seria uma pena, para não falar do risco, se a TAP com uma história de 70 anos de sucesso, fosse absorvida por empresas de menor dimensão", refere o empresário português, em declarações enviadas ao PÚBLICO.
Pais do Amaral acrescenta que "a TAP deve permanecer uma empresa independente, na medida em que tem recursos técnicos altamente qualificados e uma base de clientes e de rotas que fazem da empresa uma das grandes companhias aéreas do mundo", frisando que a proposta que entregou "garante a independência da empresa e a sua auto-determinação estratégica".
O investidor diz ainda que a oferta assegura "que o centro de decisão se mantém em Portugal assim como o hub em Lisboa". Dois requisitos que estão contemplados no caderno de encargos da privatização.
E, embora sem adiantar detalhes, revela que o consórcio através do qual apresentou a proposta "é composto por investidores financeiros internacionais de grande dimensão com elevada experiência no sector da aviação".
Até agora, sabe-se apenas que a oferta pela TAP foi entregue em nome da sua holding pessoal, a Quifel, e que o empresário já não está na corrida à empresa com o antigo dono da Continental Airlines, Frank Lorenzo, ao qual inicialmente estava associado.
Fonte próxima de Pais do Amaral referiu ao PÚBLICO que a proposta que este apresentou "é superior aos valores já referenciados pela comunicação social [sobre a proposta de Efromovich] com a nuance de ser em cash [dinheiro] pago no primeiro dia".
A oferta conhecida em maior detalhe é a de Germán Efromovich, que pressupõe 35 milhões pelas acções da TAP, 12 novos aviões avaliados em 100 milhões e uma injecção de mais 250 milhões ao longo de dois anos.
Depois da entrega de propostas, cujo prazo terminou na sexta-feira, esta semana é importante no dossier da privatização da TAP. A administração da TAP tem até quarta-feira para se pronunciar sobre o projecto estratégico apresentado pelos três candidatos. E a Parpública, a holding estatal que detém as acções da TAP, tem de emitir até sexta-feira um parecer sobre as três propostas apresentadas, do ponto de vista da admissibilidade jurídica e das mais-valias financeiras.