BCP volta aos lucros após quatro anos de perdas

Banco teve um resultado líquido de 70 milhões no primeiro trimestre.

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Presidente da ATM tem interesse directo em processo que envolve o BCP. Foto: António Borges (arquivo)

O Millennium bcp teve um lucro de 70,4 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, o que representa um regresso aos lucros após as perdas ao longo de 2011, 2012, 2013 e 2014.

Este resultado compara com os prejuízos de 40,7 milhões de euros no período homólogo de 2014.

De acordo com os dados da instituição financeira liderada por Nuno Amado, este regresso aos lucros foi suportado pela "recuperação da rendibilidade em Portugal e no continuado desenvolvimento da actividade internacional"."O aumento do resultado líquido registado no primeiro trimestre de 2015 reflecte essencialmente o aumento de 38,9% da margem financeira, face ao primeiro trimestre de 2014, impulsionado pelo reembolso antecipado dos CoCos [instrumentos de capital contingente da responsabilidade do Estado português] e pela redução do custo dos depósitos, e os ganhos em operações financeiras relacionados com dívida pública portuguesa".

Sobre Portugal, o BCP explica que a melhoria do resultado líquido no período em análise foi de 102,9 milhões de euros, "tendo beneficiado dos aumentos relevados na margem financeira e nos resultados em operações financeiras, bem como da redução dos custos operacionais".

Já na actividade internacional, "excluindo as operações descontinuadas ou em descontinuação", uma vez que o banco tem alienado diversos activos, esta registou um crescimento de 14,8% "essencialmente determinado pelo desempenho da margem financeira e dos resultados em operações financeiras" de Angola (onde está associado à Sonangol e ao banco Atlântico), Moçambique (mercado onde é líder através do BIM, em associação com diversos parceiros locais, como o Estado moçambicano) e na Polónia.

O banco destaca ainda a redução dos custos operacionais (-2,5% a nível global, e -8,7% em Portugal) e um "importante esforço de provisionamento". A instituição registou imparidades de 275,7 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, "aproveitando ganhos em dívida pública para reforço das coberturas".

Os depósitos de clientes chegaram aos 50.800 milhões de euros, mais 3,7% face a 31 de Março de 2014, e o rácio de cobertura de crédito líquido em percentagem dos depósitos está agora nos 108%.

Também o BPI, que já apresentou resultados, regressou aos lucros no primeiro trimestre deste ano, apresentando um resultado líquido positivo de 30,9 milhões de euros (contra o prejuízo de 105 milhões em idêntico período do ano passado).

 

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