Venda de combustível ajudou Intermarché a subir receitas em Portugal

Grupo Os Mosqueteiro quer investir 280 milhões de euros até 2020. Rede de empresários independentes diz que quer captar 106 novos franchisados

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Há 232 supermercados Intermarché em Portugal DR

O Intermarché, empresa que mais pesa nas vendas do Grupo Os Mosqueteiros (95%), aumentou o volume de negócios em dois pontos percentuais em 2014, face ao ano anterior, para 1900 milhões de euros, valor que inclui a venda de combustível. O resultado dos 232 supermercados reflecte “o decréscimo nos preços nos produtos alimentares e um acréscimo do valor gerado pela área de negócios de combustível”, indica o grupo.

Vasco Simões, administrador do Intermarché em Portugal, adianta que durante o ano passado foram vendidos 460 milhões de litros de combustíveis, o que equivale a 440 milhões de euros, mais 7% face ao período homólogo. O contributo desta área de negócio faz com que os planos para os próximo cinco anos incluam um reforço da rede de postos de abastecimento. A ideia é abrir 90 gasolineiras e 63 supermercados até 2020. Nessa altura, o parque de lojas deverá aumentar para 295 e 80% terão um posto de combustível. Quanto a 2015, a meta é conseguir aumentar as vendas em 4%, numa altura em que os frescos pesam 40% na facturação.

O Programa Origens, de parceria com fornecedores locais, tem 200 produtores portugueses que cultivaram, em 2014, 3500 hectares para consumo das lojas. Questionado pelo PÚBLICO sobre a intenção de investir directamente na produção, Vasco Simões diz que a empresa “está a estudar a hipótese na área da carne e do peixe”. Em França, Os Mosqueteiros têm 64 fábricas.

O grupo, que além do Intermarché tem em Portugal as lojas Roady e Bricomarché, tem planos para abrir mais 106 lojas até 2020, o que implica aumentar em 35% a actual rede, de 299 estabelecimentos. Está previsto um investimento global de 280 milhões de euros, assumidos pelos empresários independentes (que gerem na íntegra cada loja) e pela estrutura central de gestão.

Numa conferência de imprensa em Lisboa, Patrick Renault, o rosto do grupo francês em Portugal, adiantou que em 2014 o volume de negócios alcançou os 2000 milhões de euros, valor que deverá aumentar para 3120 milhões em 2020 de acordo com a nova estratégia. O plano é “ambicioso”, admite o administrador delegado. Actualmente, o grupo tem 219 empresários independentes, designados de aderentes, que são donos e responsáveis pela gestão de cada loja, tendo depois acesso a estruturas comuns de vendas, logística ou direcção comercial.

Para chegar às 405 lojas, Patrick Renault precisará de mais 106 franchisados. Além da participação em feiras de franchising para captar novos interessados, o administrador, diz que há empresários com mais do que um ponto de venda e “muitos imigrantes em França que querem regressar ao país”. Há ainda “colaboradores que querem trabalhar por conta própria”, sublinha.

Em 2014 as 35 lojas Bricomarché facturaram 84 milhões de euros, mais 5% face a 2013. Pedro Subtil, administrador, adiantou que este ano haverá um reforço de 25% no orçamento para publicidade. Até 2020 quer ter mais 15 unidades (60 milhões de euros de investimento). Já a Roady, prevê gastar 20 milhões para ter mais 28 lojas, chegando a um total de 60 oficinas auto. 

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